Pelo menos 12 peregrinos morreram e mais de uma dezena ficaram feridos em um tumulto em um santuário hindu na região indiana da Caxemira na manhã deste sábado (1º), afirmou a polícia.
“Doze peregrinos morreram e 14 ficaram feridos em uma debandada na manhã de hoje no santuário Mata Vaishno Devi”, disse o policial de alta patente Mukesh Singh. Todos os feridos foram hospitalizados, acrescentou ele.
O tumulto ocorreu quando uma enorme multidão de devotos, que foi ao local para celebrar o início do ano-novo, entrava no santuário Vaishno Devi Bhawan, disse outro oficial.
“As pessoas tropeçavam umas nas outras. Era difícil saber que perna ou braço estava emaranhado com quem”, contou uma testemunha.
“Ajudei a recolher oito corpos quando a ambulância chegou, cerca de meia hora depois. Sinto-me sortudo por estar vivo, mas ainda tremo quando me lembro do que vi”, acrescentou.
Existem milhares de santuários nas cidades e vilarejos da Índia, principalmente hindus, bem como em lugares remotos do Himalaia ou nas selvas do sul.
Alguns são locais de peregrinação importantes, e o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi investiu pesadamente para melhorar a infraestrutura de acesso a eles.
Antes da pandemia de Covid-19, 100 mil devotos percorriam o caminho íngreme para a caverna estreita que abriga o santuário Vaishno Devi.
O número foi reduzido para 25 mil, mas testemunhas e meios de comunicação afirmaram que esse número teria sido ultrapassado várias vezes na tragédia deste sábado.
Segundo algumas versões, uma discussão entre dois fiéis ocorreu antes da debandada.
Os esforços de resgate começaram imediatamente, e os feridos, alguns deles em estado crítico, foram transferidos para hospitais vizinhos.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram pequenas ambulâncias chegando a hospitais enquanto ainda era noite.
O santuário, que fica aberto 24 horas, está localizado nas colinas de Katra, a cerca de 60 km da cidade de Jammu.
O acesso ao local foi suspenso após a debandada, embora tenha sido reaberto posteriormente.
As pessoas costumam viajar para a cidade vizinha de Katra e caminham 15 km até a entrada da caverna, onde geralmente precisam esperar horas para entrar. Alguns peregrinos vão a cavalo, e também existe um serviço de helicóptero.
A testemunha Ravinder disse que a tragédia ocorreu em um ponto onde uma multidão que descia do santuário encontrou os fiéis que subiam.
Ele calculou que havia pelo menos 100 mil pessoas.
“Não havia ninguém revisando os documentos de registro dos fiéis. Já estive lá várias vezes, mas nunca vi aquela aglomeração”, assegurou.
“Quando alguns conseguiram levantar um cadáver com as mãos foi que as pessoas puderam ver [o que estava acontecendo] e abriram espaço para a retirada dos corpos”, disse ele.
“Extremamente triste com a perda de vidas”, expressou no Twitter o primeiro-ministro Modi, acrescentando que estava em contato com as autoridades locais.
Por sua vez, o ministro Jitendra Singh anunciou que iria ao local para avaliar a situação.
De acordo com a polícia, foi aberto um inquérito para investigar o caso.
Fonte: Agência Brasil