A recuperação do Lago Paranoá, que nesta quinta-feira (17/10) amanheceu com mancha de óleo nas águas, pode levar até 15 anos. A análise, que leva em conta resíduos em micropartículas, é do superintendente de Licenciamento e Fiscalização do Instituto Brasil Ambiental (Ibram), Aldo Fernandes.
O especialista, contudo, informa que a força-tarefa de autoridades para conter a mancha, retirar o resíduo e a capacidade de auto-restabelecimento do Lago pode reduzir “sobremaneira” esse prazo. Análise menos radical, que considere, por exemplo, apenas os índices de balneabilidade da Caesb, segundo o especialista, podem descer esse prazo para seis meses. “Tudo depende do rigor dos critérios usados para falar da recuperação do corpo hídrico”, explica Aldo.
O especialista evita conjecturar sobre as causas do vazamento: “Vamos esperar análise do material, no Laboratório da Caesb, que vai confirmar o tipo de resíduo e facilitar as investigações das responsabilidades”. Ele adianta tudo, que as primeiras apurações indicam que o vazamento foi “caso isolado”.
O trabalho de contenção e retirada do resíduo não é fácil. A imensa mancha pode se espalhar ainda mais com a chuva da tarde desta quinta-feira (17/10), segundo o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Luiz Gomes.
Segundo o major, a previsão de chuva para a tarde preocupa a corporação, que trabalha na contenção da mancha que parte de uma galeria de drenagem pluvial localizada próximo ao Iate Clube, no Lago Norte, e já chega à Concha Acústica.
Gomes afirmou ainda que o trabalho dos bombeiros é de resposta e que todo o possível está sendo feito. São utilizadas barreiras mecânicas com boias próximo à saída da galeria pluvial para conter o óleo, que segundo Gomes é superficial.
O secretário de meio ambiente Eduardo Brandão informou que já acionou uma equipe especializada da Petrobras para realizar a remoção do material poluente e fazer o tratamento da água.
De acordo com funcionários do clube, o vazamento ocorre desde as 16h dessa quarta-feira (16/10), mas somente nesta quinta-feira (17/10) as autoridades tiveram conhecimento do problema. Há possibilidade de que o material que contamina a água seja piche, proveniente das obras de recapeamento de vias do GDF.