Um total de US$ 133 bilhões foram gastos com aplicativos no ano passado – representando um crescimento de 20% em relação a 2020, segundo a empresa de dados Sensor Tower. A expectativa é que os números continuem a crescer neste ano, impulsionados pelas seis principais tendências do setor, segundo a Business Insider. Confira abaixo.
Aplicativos de cripto e finanças
“Muitos aplicativos de sucesso em 2021 estavam relacionados às criptomoedas”, diz Sexy Sydow, diretor de marketing da consultoria App Annie. A tendência faz parte de um movimento mais amplo: a maior adoção pela população de aplicativos de finanças, que só começaram a ser mais utilizados de dois anos para cá.
Crypto.com, Binance e Coinbase estiveram entre os apps de criptomoedas mais baixados de 2021: juntos, totalizaram 145 milhões de downloads, muito além dos 18 milhões de 2020, segundo a Apptopia. Alguns apps que eram apenas locais alcançaram sucesso global em 2021, como o eToro, de Israel, e o Btc Turk, da Turquia.
Segundo Sydow, a Geração Z é a responsável pela maior popularidade dos aplicativos de finanças. ‘É a geração que cresceu com o celular e adquiriu novos hábitos financeiros, resolvendo todos os seus problemas na ponta dos dedos. Isso só tende a crescer.”
Turismo e transportes
Depois de sofrerem em 2020, os aplicativos de turismo ensaiaram uma retomada em 2021, com bons resultados no final de ano. Mas, com a disseminação da nova variante e o surgimento de novas restrições, há muita expectativa para saber como o setor vai ficar em 2022.
Para Adam Blacker, da Apptopia, os aplicativos ligados a viagens de carro tiveram forte alta em 2021, e devem continuar subindo. “Muita gente não quis arriscar aglomerações e preferiu viajar no seu próprio carro, muitas vezes até mesmo sozinho”, diz. Também foi um bom ano para e-commerces de carros, que viram suas vendas crescerem de maneira inédita.
Os apps ligados a agências, reservas de passagens e hotéis ou empresas aéreas não tiveram a mesma sorte: em um ano com diferentes ondas de pandemia, houve muitos altos e baixos. Quem apostava em réveillon e Carnaval já teve que rever seus planos. Resta ver como será o restante de 2022. “De uma certa maneira, os apps de viagem servem de termômetro para saber como o consumidor está sentindo e até onde pretende ir”, diz Blacker.
Bem-estar e saúde
Foi um ano de crescimento exponencial para os apps ligados a saúde, bem-estar e fitness. Muitos deles multiplicaram a receita ao adotar o modelo de assinaturas – uma tendência que começou em 2020, mas se consolidou em 2021.
“As pessoas estão tratando os seus smartphones como uma espécie de central de assinaturas”, diz Sydow, lembrando que muitos assinam serviços de streaming de música e vídeo pelo celular, por exemplo. Para 2022, a tendência é que o formato recorrente ganhe ainda mais força, ao se estender para outros setores da economia.
Em outubro, o Facebook anunciou que estava mudando de nome para Meta, a fim de marcar seu novo foco no metaverso – uma plataforma social na qual as pessoas poderiam interagir usando tecnologia de realidade aumentada ou virtual.
O que Mark Zuckerberg não disse, mas muitos já sabiam, era que a indústria de jogos estava muito mais perto de chegar ao metaverso do que o Facebook jamais esteve – com dezenas de jogos “sociais” que permitiam aos jogadores interagirem num mundo virtual.
“Nos jogos sociais, você tem conteúdo criado pelos usuários, socialização, capacidade de criar mundos novos, avatares – praticamente tudo que é necessário para o metaverso, em uma experiência muito imersiva”, diz Sydow.
A tendência já existia antes da covid-19, mas a pandemia funcionou como uma catalizadora da socialização dos games – além de fazer com que milhões de pessoas descobrissem esses jogos em seus smartphones.
Superaplicativos inspirados na China
A tendência tem origem asiática, mas já ganhou imitadores pelo mundo: aplicativos que agregam diferentes serviços e funcionalidades, servindo como ponto de partida da experiência online do usuário – que vai usar o mesmo app para comprar, fazer pagamentos, mandar mensagens, usar as redes sociais, ler as notícias, acessar serviços financeiros e outros.
Colaborou para esse movimento o crescimento do live commerce, que permitiu parcerias entre redes sociais e grandes varejistas. “Isso fortalece a sensação do usuário de que está tudo no mesmo lugar, a alcance de um clique”, diz Stephanie Chan.
Plataformas para criadores
Em novembro, o TikTok se tornou o primeiro aplicativo sem ligação com jogos e não pertencente ao Facebook/Meta a alcançar os 3 bilhões de downloads.
Dentro da plataforma, ferramentas que ajudavam criadores também cresceram rapidamente. Um bom exemplo é o aplicativo CapCut, que serve para editar vídeos: em 2021, ele entrou na lista dos 10 mais baixados nos Estados Unidos.
“O raciocínio aqui é: que tipo de ferramentas podemos desenvolver para ajudar os criadores a crescer e ganhar dinheiro, para que eles continuem a postar nas nossas plataformas?”, diz Blacker.
2021 também foi o ano em que o TikTok passou a ganhar dinheiro com vendas realizadas dentro do app, mostrando o poder da economia criativa em ação.
Fonte: Época Negócios