Um levantamento publicado nesta quarta-feira (19/1) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que 2021 está entre os sete anos mais quentes já registrados na história. A análise foi feita com informações de seis bases de dados internacionais sobre temperaturas globais.
De forma alarmante, os sete anos mais quentes são todos os anos a partir de 2015. Entre eles, quem lidera a lista é 2016, seguido de 2019 e 2020.
A OMM, agência da Organização das Nações Unidas (ONU), explica que as temperaturas foram temporariamente resfriadas, entre 2020 e 2022, em razão do fenômeno La Niña. Ainda com o alívio natural, 2021 entrou para o ranking.
O La Niña consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, gerando uma série de mudanças significativas nos padrões de temperatura ao redor da Terra. Um dos efeitos desse fenômeno observado no Brasil foram as chuvas no início do ano, que provocaram dezenas de mortes em 10 estados brasileiros.
“Eventos consecutivos de La Niña significam que o aquecimento de 2021 foi relativamente menos pronunciado em comparação com os últimos anos. Mesmo assim, 2021 ainda foi mais quente do que os outros anos influenciados pelo La Niña”, afirma o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
“O aquecimento generalizado de longo prazo como resultado do aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera é agora muito mais relevante do que as variações anuais nas temperaturas médias globais causadas por fatores naturais do clima”, complementa.
Ao analisar todos os anos desde 1980, a agência percebeu que o planeta fica mais quente a cada década, e a projeção dos cientistas é que essa tendência vai persistir por algum tempo.
“O ano de 2021 será lembrado por temperaturas que quebraram recordes de quase 50°C no Canadá, comparáveis aos valores registrados no deserto da Argélia, chuvas excepcionais e enchentes mortais na Ásia e na Europa, além da seca em partes da África e da América do Sul. Os impactos das mudanças climáticas e perigos relacionados à temperatura tiveram efeitos devastadores em comunidades de todos os continentes”, diz Taalas.
Fonte: Metropóles