Oito peixes-leão foram capturados em águas rasas no norte do Ceará. O animal peçonhento é uma ameaça às águas rasas do Nordeste brasileiro, já que ele é capaz de causar prejuízos socioeconômicos e ambientais. Além disso, esses peixes são considerados uma das espécies invasoras de maior risco global.
De todos os peixes-leão encontrados no Norte do Ceará, um foi capturado no município de Camocim, e o restante em Acaraú, Cruz e no Parque Nacional de Jericoacoara. De acordo com apuração feita pelo jornal cearense O Povo, esta é a quarta captura da espécie peçonhenta no Brasil, na qual foi identificada até agora a maior concentração do animal invasor no litoral brasileiro.
As capturas no Ceará aconteceram durante uma expedição em parceria com 12 pesquisadores, nos dias 12 e 14 de março. Essa jornada foi realizada sob a coordenação do Centro de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), liderada por Marcelo Soares, pesquisador do Labomar, e coordenada pelo pesquisador Tommaso Giarrizzo.
Mas por que são venenosos?
A espécie possui 18 espinhos venenosos, que podem provocar acidentes com banhistas, e não possui predadores naturais. O peixe-leão também se reproduz rapidamente e consegue sobreviver em diferentes habitats, alcançando grandes profundidades no mar, que variam de um a 100 metros, tornando seu manejo difícil. De acordo com o pesquisador Soares, que liderou a expedição, o fato desses peixes terem sido encontrados em ambientes rasos pode significar que eles já se espalharam por outras regiões do Brasil, o que é preocupante.
Os peixes-leão são considerados uma ameaça, pois o processo de invasão desses animais pode acontecer de maneira rápida e afetar a biodiversidade local, a pesca artesanal e o turismo. Além disso, pode também ser considerado um problema de saúde pública, já que oferece risco para os banhistas.
Por isso, os pesquisadores envolvidos na jornada que capturou a espécie chamam atenção para a necessidade de ação do Governo Federal, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e ICMBio no mar brasileiro e outros, para o desenvolvimento imediato de ações de gestão ambiental.
Fonte: Correio Braziliense