Uma mulher de 59 anos e diabética corre risco de perder metade da perna direita devido a um ferimento no pé. A paciente, que prefere não ser identificada, aguardou por nove dias em uma unidade de saúde em Guarujá, no litoral de São Paulo, até ser transferida para outra que pudesse realizar o tratamento a ela necessário. Nesse meio tempo, três de seus dedos necrosaram.
A filha da vítima relatou ao g1, neste domingo (17), que a paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária de Guarujá no último dia 7 de abril com um ferimento no pé. A família pontua que, por ser diabética, o índice de cicatrização da paciente é baixo. Por isso, era necessário que ela recebesse o tratamento adequado o quanto antes, o que não aconteceu.
Segundo a família, a situação a qual a paciente foi submetida revela um “verdadeiro descaso”. Enquanto aguardava por uma vaga no Hospital Santo Amaro, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o ferimento do pé direito da paciente desenvolveu uma infecção e piorou rapidamente.
“Os médicos diziam que não tinha o que fazer”, revelou a filha.
Sem tratamento adequado, o pé da paciente começou a apresentar necroses. Começou com um dedo, e quando a vaga finalmente saiu a paciente já estava com três dedos totalmente necrosados, e parte da condição espalhada pelo pé. Ao g1, a filha descreveu que o odor do membro ficou insuportável.
“Ela precisa fazer a cirurgia com urgência”, afirma.
Após nove dias internada e aguardando pela vaga no segundo hospital, a Secretaria Municipal de Saúde de Guarujá informou, na tarde de sexta-feira (16), que a transferência da paciente foi liberada. A família confirmou que na noite do mesmo dia a parente foi transferida.
Apesar do alívio pela vaga ter sido liberada, a filha da paciente conta que, devido à evolução da ferida, a preocupação não era mais saber se sua mãe amputaria algum dedo ou não, mas saber se o pé direito teria que ser amputado, ou metade da perna.
A família conta que a paciente realizará exames para definir quanto de sua perna direita será amputada. “O sistema de saúde está passando por um momento complicado e quem ‘paga o pato’ são os que mais precisam”, desabafa.
Fonte: G1