Uma nova notícia promete revolucionar a maneira como o planejamento familiar é enxergado no mundo. Saíram os resultados de uma pesquisa feita pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. E, ao que tudo indica, num futuro próximo poderemos ver a primeira pílula anticoncepcional masculina com alta taxa de eficácia a ir ao mercado.
Embora o estudo tenha sido feito utilizando camundongos nos testes, o método não só se mostrou inofensivo para os espécimes, não tendo nenhum efeito colateral, como ainda teve uma eficácia de 99%.
Para se ter uma ideia, a camisinha masculina tem 98% de eficácia na prevenção à gravidez – isso quando colocada seguindo as orientações e com muito cuidado (caso contrário, sua taxa de eficácia cai para apenas 85%).
Quem está por trás da pílula anticoncepcional masculina?
A reivindicação do estudo vem por parte da estudante Jeanne Spicarolen e seu parceiro Theo Meyer, ambos pesquisadores da área que focam na contracepção masculina, métodos para controlar o número de gestações focados no papel do homem.
A estudante diz não achar justo que o peso maior do planejamento familiar recaia sobre as mulheres, já que elas só ficam realmente férteis uns 5 dias por mês, enquanto os homens são férteis o tempo todo.
“Nós temos de pensar em gravidez, partos, abortos e eles, se preocupam com o quê? Nada”, diz a estudante. “Para uma sociedade mais igualitária, eu acredito que eles deveriam se preocupar com isso também”
O companheiro dela, Theo, completa dizendo ter pesquisado bastante já sobre a vasectomia, mas diz não ver praticidade em algo irreversível e que a medida iriai impedi-lo de ter uma família no futuro, caso desejasse.
Quadro atual da contracepção masculina
É de conhecimento geral que os homens são muito menos abertos às questões envolvendo a contracepção, principalmente quando se fala de vasectomia. Mas, dados disponibilizados pelo especialista no aparelho genital masculino, Bohbot, indicam que o número de homens que já se dispõem a tomar essa responsabilidade para si é quatro vezes maior do que há 10 anos.
Ele acredita que a criação dessa pílula faria esse número aumentar exponencialmente, já que essa seria uma opção reversível, ao contrário da vasectomia.
“Mas é uma contracepção reversível porque assim que retomamos a vitamina A e retiramos o bloqueio, teremos novamente a espermatogênese“, ou seja, o processo fisiológico pelo qual são produzidos os espermatozóides, completa o médico.
O novo método contraceptivo, resultado de uma pesquisa que já dura mais de 20 anos, consiste no processo de bloquear receptores para impedir a Vitamina A de interagir com os espermatozoides, o que culminaria no seu amadurecimento.