Sob a mira de uma arma, um jovem, de 20 anos, se ajoelha e diz: “Eu não tenho nada”. O homem da moto atira e vai embora com um celular. Renan levava a namorada para casa, mas o casal foi abordado por um homem disfarçado de entregador. A câmera da casa da frente captou o áudio do assalto.
Renan: Faz isso não, faz isso não.
Assustados, eles correm, e o assaltante atira para o alto.
Bandido: Perdeu, perdeu.
Renan ajoelha e diz: Eu não tenho nada.
Bandido: Dá o celular.
Quando ele vai abordar a namorada, Renan reage, e o ladrão dispara.
“Ele já desceu já anunciando o assalto, apontando a arma para a gente. Aí o Renan pediu para eu correr só que não tinha como. Não tinha por que eu deixá-lo sozinho naquela situação. Eu também não pensei que fosse acontecer o pior. Eu achei que o cara só fosse levar os nossos celulares e depois iria embora. Ele veio até mim, já apontando a arma diretamente para mim e falando que se eu não fosse passar o celular. Ele queria começar atirar, então eu já estava com a mão no bolso para poder entregar meu celular para ele. O Renan decidiu reagir porque era eu que estava ali perto porque se eu estivesse sozinho ele não teria reagido”, conta a namorada.
O bandido atira na cabeça de Renan, pega o celular da namorada e foge. Tudo acontece em 40 segundos.
Na rua onde Renan morreu, os moradores parecem viver enclausurados atrás de cercas, portões e muros altos. sempre com medo, ficam alertas a qualquer movimento estranho. Mesmo assim, os assaltos são frequentes.
Um levantamento exclusivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, feito a pedido do Fantástico, aponta que, só no primeiro bimestre desse ano, mais de 17 mil celulares foram roubados na capital. Um a cada cinco minutos.
Quatro dias depois da morte de Renan, a polícia prendeu Acxel de Holanda Peres, de 23 anos. Ele tem dez passagens criminais por roubo e receptação de produtos roubados. Em depoimento à polícia, ele confessou o crime. Em nota, a defesa diz que Acxel se entregou e que seguirá os ritos do processo. Ele vai responder por latrocínio, roubo seguido de morte. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.
Fonte: G1