Os dados passaram a ser um dos mais valiosos ativos do mundo. Não à toa que a frase “Data is the new oil” – em português “Data é o novo petróleo” – citada por Clive Humby, matemático londrino especializado em ciência de dados, se difundiu em todo o planeta.
Negócios, de todos os tamanhos e segmentos, estão numa corrida para tornarem-se Data Driven, ou seja, uma empresa em que todos os departamentos tenham acesso e usem os dados de forma 360°- internos e externos – para se tornar mais competitiva, adequar melhor as necessidades e se diferenciar no mercado.
No entanto, tornar-se uma empresa orientada por dados não é fácil e poucas estão prontas. Na realidade, na maioria das organizações, até 68% dos dados não são analisados. E as empresas que não exploram totalmente seus dados, são superadas por seus pares do setor em lucratividade em até 165%. Por isso, saber trabalhar com o dado de uma forma dinâmica, passou não só a ser uma diferenciação, e sim, vital para se manter no mercado.
“O dado, quando bem trabalhado, traz informação e conhecimento. Quanto mais a empresa entender o seu cliente, os seus produtos, diferenciais e tudo o que está acontecendo no mercado – que é algo cada vez mais dinâmico – melhor e mais rápida serão suas ações. Ou seja, quem trabalha os dados com inteligência é mais competitivo.” Afirma Marcela Vairo, Diretora de Data & AI da IBM Brasil.
Mas como é possível trabalhar com os dados e se tornar Data Driven?
O primeiro ponto é o próprio dado. A explosão no volume, velocidade e variedade de dados faz com que eles estejam espalhados pelas mais diversas fontes dentro e fora da organização. Este dado pode vir de uma rede social, de um aplicativo, de um CRM e até de uma planilha. Portanto, o primeiro passo é trabalhar com a arquitetura do dado. Na IBM é chamado de Data First, onde é analisada a qualidade do dado, governança, segurança e a partir daí são sugeridas as melhores recomendações.
“A gente consegue colocar ordem na casa, dar o caminho das pedras. Olhamos tudo e aproveitamos tudo o que o cliente já tem, seja IBM ou não, e indicamos como eles se preparam para ter governança.” Afirma Marcela Vairo.
O segundo ponto é ter uma equipe dentro da empresa que saiba trabalhar com tecnologia, com processos, com dados, inteligência artificial e segurança.
Por incrível que pareça, este é o maior desafio. Apesar do alto índice de desemprego no país, existe um déficit enorme de mão de obra especializada nessa área.
E o terceiro ponto é ter uma estrutura tecnológica aberta, híbrida e multicloud que permita trabalhar com o dado onde quer que ele esteja, sempre com governança.
O mundo é multicloud e está cada vez mais dinâmico. Uma reunião virtual roda em uma nuvem, o e-mail que você acessa roda em outra, o CRM da empresa também está em outra nuvem, isso significa que convivemos com aplicações que rodam em diversas nuvens, com dados sendo produzidos e residindo em diversos lugares.
Além disso, as variáveis mudam constantemente, sejam das condições meteorológicas, aumento da inflação, uma guerra, eleições, ou seja, as circunstâncias estão mudando o tempo todo e sempre acontece algo extraordinário que faz com que a empresa precise tomar rápidas decisões, muitas vezes em questão de horas, para ser mais ágil e ganhar uma vantagem competitiva.
Para lidar com todas essas informações e variáveis, criou-se o conceito Malha de Dados, em inglês Data Fabric. É uma arquitetura de informação que unifica os dados em toda a empresa. Independente de ambientes, processos, uso e região, essa arquitetura ajuda automatizar a descoberta, o controle e o consumo para oferecer dados prontos para os negócios, para analytics e inteligência artificial.
De acordo com a pesquisa “Global AI Adoption Index 2021” da IBM, as empresas brasileiras lideram a adoção de IA na América Latina. Por aqui já é uma realidade, tanto é que 40% das empresas já implementaram algum projeto de IA em seus negócios.
“O crescimento da plataforma Watson foi exponencial, impressionante, na América Latina e no Brasil. E nosso país está bem adiantado nesse sentido, cada vez mais áreas dentro das empresas e indústrias estão utilizando IA.” Complementa Marcela Vairo.
37% das empresas brasileiras afirmam que, devido à pandemia, intensificaram o foco no atendimento ao cliente, seguido pela automação de processos (35%) e a segurança (28%). A IA já está mudando a forma como as empresas operam hoje, desde como se comunicam com seus clientes, por meio de assistentes virtuais, até a automação de fluxos de trabalho importantes e gerenciamento da segurança da rede.
Como nem tudo é perfeito, um dos problemas que cresce a cada dia são os ataques cibernéticos. A IBM tem a segurança como um de seus pilares e possui serviços e tecnologias com IA de detecção e resolução para prevenir que aconteça algum ataque.
“Trabalhar o dado e colocar IA por cima ainda está no começo, pois as soluções são infinitas e podem estar em todos os departamentos. Ainda temos muito potencial para trabalhar produtividade, atendimento, gerar economia mais justa em termos de ESG, economia de carbono e ajudar cada vez mais pessoas, pois tecnologia é para todos.” Finaliza Marcela Vairo.
Fonte: CNN