Um estudo produzido por um professor emérito de astrofísica da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, sugere que civilizações alienígenas podem estar escondidas em esferas artificiais em torno de estrelas na fase final da vida — as chamadas anãs brancas. O astrônomo Benjamin Zuckerman afirma que, se há vida alienígena no Universo, ela será “denunciada” pela descoberta de esferas de Dyson em volta das anãs brancas.
O trabalho de Zuckerman, publicado na renomada revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society no fim de maio, mostra que somente civilizações alienígenas, chamadas por ele de civilizações altamente avançadas, são capazes de construir a engenharia altamente tecnológica — uma esfera de Dyson — que retira a energia de uma estrela para manter um habitat.
Nomeadas para homenagear o físico que propôs a teoria, Freeman Dyson, as esferas artificiais são construções feitas ao redor de uma estrela, em uma espécie de placas com células fotovoltaicas que permitem retirar a energia da anã branca para uma civilização continuar a existir e evoluir naquele local.
Zuckerman afirma, ainda, que a busca por esferas de Dyson deve ser direcionada para anãs brancas, entre todos os tipos de estrelas do Universo porque essas eram a estrela de maior densidade e brilho em volta da qual planetas habitáveis orbitavam.
Para o astrônomo, a criação de um sistema artificial de energia é uma forma de adaptação de civilizações que foram impactadas pela “destruição de uma evolução estelar, quando planetas se tornarão extremamente frios. Assim, sem dúvida, os organismos terão migrado de planetas para colônias espaciais artificiais”.
Geralmente, de acordo com Zuckerman, as anãs brancas escolhidas pelas civilizações alienígenas eram a própria estrela principal que mantinha o planeta em equilíbrio antes de passar por um resfriamento. Por isso, o físico não acredita que os alienígenas viajassem entre galáxias, mas sim, criassem a tecnologia no próprio espaço em que habitavam.
Assim, as esferas de Dyson serviriam como placas solares, só que para retirar a energia da anã branca, que, agora, menos brilhante e densa, pode permitir a “morada” de um povo perto dela sem o superaquecimento que a estrela no “ápice da vida” poderia causar.
Zuckerman, então, afirma que “se há vida em outro lugar a não ser na Terra, é em anãs brancas que devem ser procuradas”. Os astrônomos devem, ainda, utilizar telescópios equipados com infravermelho. O físico afirma que a existência da esfera emitirá ruídos no aparelho. No entanto, Zuckerman sugere que sejam construídos novos telescópios com “infravermelho médio” para a busca mais eficiente dessas estrelas — e, consequentemente, de uma possível vida fora da Terra.
Fonte: Correio Braziliense