Dados recentes da Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (FENABRAVE) revelaram um grande aumento no uso de motos elétricas no Brasil. Considerando o período até o mês de maio de 2022, tivemos um crescimento de 878% comparado ao mesmo recorte do ano anterior.
Nos primeiros cinco meses desse ano, foram emplacadas cerca de 3.062 motos elétricas e variantes, como triciclos e scooters. Em 2021, tivemos “apenas” 313 veículos do tipo sendo registrados no primeiro semestre.
Duas das justificativas para essa mudança incluem os preços crescentes do combustível e o apelo ecológico em que carros e motos elétricos se apoiam. Apenas as motos convencionais, com motor à combustão, representaram 21% da emissão de monóxido de carbono no trânsito do estado de São Paulo em 2020, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado (CETESB).
Atualmente, o principal componente da fabricação de baterias para motos elétricas é o lítio. (Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A premissa de que veículos elétricos são menos prejudiciais ao ambiente, diminuindo a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, é verdadeira. A substituição e reciclagem da matriz energética dessas motos já ajuda no ponto de vista ambiental.
De acordo com Daniel Guth, pesquisador em políticas de mobilidade urbana e diretor executivo da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), “essa logística reversa, para a mobilidade elétrica, é um sistema muito completo. Você tem pouca perda. Você reaproveita muito e o que você não reaproveita, você recicla. E na cadeia do petróleo isso não existe”.
Porém, essas motos não tem um “rastro zero de poluição”, já que os materiais de fabricação das baterias também deixam resíduos e a queima de carvão para gerar energia elétrica também é responsável pela emissão de gases estufa. Caso o carvão seja substituído em larga escala por energia solar ou eólica no futuro, as emissões dos veículos e impacto ambiental cairia muito.
Ainda seguindo dados da FENABRAVE, as motos elétricas representam 0,59% das motos emplacadas no Brasil na atualidade.