Coletiva da PF sobre os desaparecidos no AmazonasReprodução/CNN
O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, afirmou à CNN nesta quinta-feira (16) que o número de suspeitos no desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira subiu de dois para cinco.
Até o momento, duas pessoas foram presas temporariamente por 30 dias, os irmãos Oseney da Costa de Oliveira e Amarildo Oliveira da Costa.
À PF, Amarildo confessou ter participado do assassinato da dupla e apontou o local em que havia enterrado os corpos. Ele ainda confirmou aos agentes que os corpos foram esquartejados e incinerados.
Questionado sobre a motivação do crime e, segundo fontes da PF disseram à CNN, ele admitiu que Pereira e Phillips foram assassinados por conta de denúncias sobre pesca ilegal na região.
Durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (15), Fontes afirmou que teria ocorrido um “embate” envolvendo as duas vítimas e os suspeitos, que teriam realizado um “disparo de arma de fago” no leito do rio Itaquaí.
Fontes afirmou que houve um “embate” e que os suspeitos que fizeram “disparo de arma de fogo” contra Pereira e Phillips. O tiroteio aconteceu no leito do rio Itaquaí.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou à CNN na quarta-feira (15) que foram encontrados “remanescentes humanos”. Eles foram enviados para Brasília nesta quinta-feira, onde passarão por uma perícia para identificação.
A mulher de Dom Philips, Alessandra Sampaio, declarou que “embora ainda estejamos aguardando as confirmações definitivas, este desfecho trágico põe um fim à angústia de não saber o paradeiro de Dom e Bruno. Agora podemos levá-los para casa e nos despedir com amor”.
A CNN elaborou uma linha do tempo que mostra o passo a passo da investigação, desde a comunicação do desaparecimento. Veja:
- 31/05 – O indigenista Bruno Araújo Pereira envia mensagem à União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) relatando risco de morte. Bruno atuava denunciando pesca ilegal no Vale do Javari;
- 05/06 – Bruno e Dom Phillips desaparecem no Vale do Javari. Rapidamente a Univaja entra em contato com a polícia para comunicar o caso. De acordo com informações da Univaja, os dois chegaram no Lago do Jaburu no dia 3 de junho para visitar a equipe de Vigilância Indígena. No dia 5, Pereira e Phillips deixaram o lago e partiram para a comunidade São Rafael, onde o indigenista participaria de uma reunião. Pelo que consta nas informações trocadas via Dispositivo de Comunicação Satelital SPOT, eles chegaram ao destino por volta de 6h. Após conversarem com uma pessoa local, ambos recomeçaram o trajeto de retorno à Atalaia do Norte e não foram mais vistos;
- 07/06 – A Polícia Federal dá início às buscas por Bruno e Dom. No mesmo dia, a Polícia Civil do Amazonas prende Amarildo, o “Pelado”, por posse de drogas e munição. Amarildo havia sido apontado por testemunhas como tendo sido visto perto de Bruno e Dom e ameaçado ambos. Para a polícia, Amarildo disse ser pescador;
- 09/06 – A Polícia Federal encontra lancha de Amarildo com vestígio de sangue;
- 11/06 – Uma testemunha aponta a participação de Oseney da Costa, o “Dos Santos”, no caso. Ele é descrito como um parente de Amarildo; que teria pedido uma carona à testemunha e estaria armado com uma espingarda. Oseney encontra Amarildo e eles saem juntos;
- 12/06 – Durante buscas, polícia encontra objetos de Bruno e Dom. Os pertences (mochila, crachá, botas) foram encontrados perto da casa de Amarildo e Oseney. A polícia desce o rio e vê uma área de mata defasado, como se alguém tivesse cruzado com uma lancha de maneira desgovernada, há dois minutos da casa de Oseney. Nesta imediação, a polícia encontra os objetos pessoais dos desaparecidos;
- 14/06 – “Dos Santos” é preso por relação com sumiço de Bruno e Dom;
- 15/06 – Amarildo confessa que enterrou Bruno e Dom, polícia busca os corpos. As informações da Polícia Federal foram apuradas pelo âncora da CNN Kenzô Machida.
- 16/06 – Restos mortais são encontrados no Amazonas próximos ao local indicado por Amarildo. Perícia será realizada pela PF em Brasília. A Polícia Federal também confirmou à CNN que mais três pessoas podem estar envolvidas no caso além de Amarildo e Oseney
Por CNN