A advogada e ativista em defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, Francia Márquez, tornou-se a primeira mulher negra a ocupar o cargo de vice-presidente da Colômbia ao ser eleita ao lado do ex-combatente da guerrilha M-19, Gustavo Petro, neste domingo (19/6).
Francia Márquez, 40 anos, nasceu no distrito de La Toma, no oeste da Colômbia e liderou um movimento popular contra a exploração mineral na região, luta que rendeu a ela o prêmio Goldman (considerado o “Nobel do Meio Ambiente”) em 2018.
Em 2021, após passar mais de 10 anos trabalhando em movimentos sociais, chegou a lançar a pré-candidatura à presidência da Colômbia, mas com o avanço da campanha, passou a integrar a chapa de Gustavo Petro, candidato da esquerda.
Formada em direito pela Universidade Santiago de Cali, Francia é mãe solteira de dois filhos e tem uma história ligada ao ativismo social. Ela trabalhou quando jovem como garimpeira de ouro e como empregada doméstica, função que exerceu para pagar os estudos.
No palanque prometeu, se eleita, ajudar na criação e manutenção de direitos para mulheres, negros, indígenas, camponeses e para a população LGBTQIA+.
“Para mim, ocupar um cargo no Estado não é o fim da trajetória. O fim para mim é dignificar a vida, é cuidar da vida, é viver em um lugar mais justo e digno para todos. O fim é diminuir a mortalidade negra. Chegar à presidência da Colômbia é um meio, ocupar o Estado é um meio para seguir movendo essa luta que queremos como povo e como humanidade”, afirmou antes de se juntar à chapa de Petro.
Em 2014, como presidente da Associação de Mulheres Afrodescendentes de Yolombó, organizou a “Mobilização das mulheres negras pelo cuidado da vida e dos territórios ancestrais”, movimento que reuniu pessoas do norte de Cauca e seguiu até Bogotá (capital) para exigir direitos.
Em 2018, após ganhar o prêmio Goldman pelo Meio Ambiente, lançou-se como candidata à liderança da Câmara das Comunidades Afrodescendentes.
Antes de apresentar a pré-candidatura à presidência da república em 2021, liderou o comitê nacional de paz, reconciliação e convivência do Conselho Nacional de Paz.
Por Correio Braziliense