A última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta (23), mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 28%. Faltam cem dias para a realização das eleições, que estão marcadas para 2 de outubro.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (24), o cientista político e professor da USP José Álvaro Moisés disse que a pesquisa não trouxe nenhuma grande novidade, mas confirmou a polarização do processo eleitoral.
“Minha impressão é que esses dados confirmam a polarização que vem se consolidando há meses. Não tem uma grande novidade, mas é uma confirmação de que a polarização se impôs”, afirmou.
Primeiro turno (Datafolha)
Intenção de voto estimulada para presidente
Cenário I
- Lula (PT) – 47%
- Bolsonaro (PL) – 28%
- Ciro Gomes (PDT) – 8%
- André Janones (Avante) – 2%
- Simone Tebet (MDB) – 1%
- Pablo Marçal (Pros) – 1%
- Vera Lúcia (PSTU) – 1%
- Felipe d’Avila (Novo) – 0
- Sofia Manzano (PCB) – 0
- Leonardo Péricles (UP) – 0
- José Maria Eymael (DC) – 0
- Luciano Bivar (União Brasil) – 0
- General Santos Cruz (Podemos) – 0
- Branco/Nulo – 7%
- Não sabe – 4%
O professor chama a atenção para os números de rejeição apontados pelo Datafolha. Jair Bolsonaro tem 55% e Lula, 35%, de rejeição, de acordo com a última pesquisa.
“A informação sobre rejeição é extremamente importante porque, em certo sentido, ela consolida o que apareceu nos resultados positivos”, apontou o coordenador do Grupo de Pesquisa da Qualidade da Democracia e professor do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Ele também detalhou o que chama de “divisão” que existe no país.
“Sobre o eleitorado de mais baixa renda, em circunstâncias de muita dificuldade econômica, inflação alta, renda cada vez menor, desemprego, está funcionando uma perspectiva que chamaria de natureza comparativa”, pontuou José Álvaro Moisés.
“De alguma maneira, esses eleitores estão comparando o que foram os governos anteriores do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o que estão sentido com o governo do presidente Jair Bolsonaro”, explicou.
Por CNN