O grau de ociosidade do capital humano, que leva em consideração a taxa de desocupação da população economicamente ativa ajustada pela qualificação da força de trabalho, recuou a 7,2% no segundo trimestre de 2022, abaixo do apurado no ápice da série histórica, de 11,5%, no terceiro trimestre de 2020. Os dados constam na 52ª Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O resultado, de acordo com o documento, sugere que o hiato do fator capital humano está se aproximando do zero. O indicador está 1,9 ponto acima do valor mínimo observado na série, no primeiro trimestre de 2014.
Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a taxa de ociosidade contraiu 0,9 ponto, enquanto a taxa de desemprego – de 9,2% no segundo trimestre de 2022, com ajuste sazonal do Ipea – retraiu 1,7 ponto.
O Ipea avalia que a trajetória da taxa de desemprego como proxy para a subutilização do trabalho é um potencial instrumento para avaliar o aquecimento da economia, na medida em que “os trabalhadores menos qualificados são mais expostos às flutuações econômicas ao longo dos períodos de expansão e retração”.
A partir dessa consideração, o instituto analisa que a queda do nível da taxa apurada desde o primeiro trimestre de 2021, diferente do ocorrido após a recessão econômica (2014-2016), “indica uma recuperação relativamente mais forte no mercado de trabalho para indivíduos menos qualificados do ponto de vista laboral ao longo desta fase de recuperação econômica”.
Índice de Qualificação do Trabalho (IQT)
Após atingir o ápice da série histórica no fim de 2020 (123,1 pontos), o IQT contraiu ao longo de 2021 – para 120,1 pontos no quarto trimestre – e, depois de um momento de estagnação, fechou o segundo trimestre deste ano a 119,5 pontos.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, houve um ligeiro avanço de 0,16%. Na mesma base de comparação, as horas efetivamente trabalhadas cresceram 2,31%.
“O afrouxamento das medidas restritivas e a consequente retomada do emprego presencial, especialmente no setor de serviços, favoreceu a demanda por mão de obra com baixa qualificação, o que explica a queda do IQT em 2021 e o crescimento precedente do índice em 2020”, diz o Ipea.
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