A campanha de imunização contra a poliomielite termina nesta sexta-feira (30/9) bem abaixo da meta. O Ministério da Saúde chegou a estender a campanha em razão da baixa adesão, mas os índices da cobertura vacinal continuam abaixo do esperado. Vale destacar que a vacina contra a pólio, que é a única forma de prevenção contra a doença, continua disponível nos postos de saúde mesmo com o fim da campanha.
A capital mais próxima de atingir a meta de 95% de imunização até o momento é Macapá, com pouco mais de 80%; Rio Branco apresenta o menor índice, 8%. Em 1994, a doença recebeu o certificado de erradicação no país. Especialistas e entidades têm alertado, entretanto, para o risco da reintrodução do vírus, tanto no Brasil quanto na República Dominicana, Haiti e Peru.
A Secretaria Estadual de Goiás decidiu prorrogar a campanha por registrar apenas 32% da cobertura vacinal. Goiânia vacinou, até quinta-feira (29), 24.632 crianças com menos de cinco anos. O público-alvo estimado era de 76.884 crianças. O governo de São Paulo e Recife também anunciaram hoje o prolongamento da campanha até o dia 31 de outubro.
Crianças de 1 a 4 anos devem receber uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) previstas no esquema básico.
De acordo com o último balanço disponibilizado pelo ministério, até o momento, 54,21% do público-alvo foram imunizados. O índice representa 6,2 mil doses contra a pólio distribuídas durante a campanha na faixa etária estabelecida.
Alerta
Apesar dos números preocupantes, o Ministério da Saúde afirmou em nota que o Brasil é destaque mundial na imunização e conta com um dos maiores programas de vacinação do mundo. “Toda população com menos de cinco anos de idade precisa ser vacinada para evitar a reintrodução do vírus que causa a paralisia infantil”, alertou a pasta.
Ainda de acordo com a Saúde, doenças que já foram eliminadas graças à vacinação podem ser reintroduzidas no país devido às baixas coberturas, “voltando a ser um problema de saúde pública”. O Brasil já eliminou cinco doenças por meio de vacinação: a poliomielite, a síndrome da rubéola congênita, a rubéola, o tétano materno e neonatal e a varíola.
Por Correio Braziliense