O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, assinou, nesta terça-feira (31/1), uma portaria para acabar com o grupo de trabalho de manutenção e preservação de armas de fogo do órgão, criado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) . Segundo Grass, as armas não representam patrimônio cultural.
“As armas de fogo, infelizmente, não representam absolutamente nada para a cultura brasileira. O que representa algo de importante é a nossa história, a nossa memória, as tradições do nosso país, são as pessoas”, declarou Grass em coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, onde ocorreu a cerimônia de posse dele na presidência do Iphan.
Em maio de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Iphan criou um grupo de trabalho para estabelecer “o valor cultural de armas de fogo”. O objetivo do grupo era desenvolver uma proposta com “critérios de avaliação de armas de valor cultural, com vistas e emissão de parecer referente ao valor cultura de material bélico em geral”. Após a avaliação, as armas poderiam ser destinadas para acervos de museus.
“Então, armas de fogo não são patrimônio cultural, elas matam. O que nós precisamos reconhecer é o que foi construído pela população brasileira ao longo dos anos”, completou o presidente do Iphan.
A solenidade ocorreu no Salão Brasília, no segundo andar do Palácio Itamaraty. Estavam presentes a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o secretário-executivo do ministério da Cultura, Márcio Tavares, a secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, entre outras autoridades. O Palácio do Itamaraty é um bem cultural tombado pelo Iphan.
Grass também anunciou que o Iphan está trabalhando na criação de um memorial da democracia para registrar os atentados de 8 de janeiro, que terá uma sede física em Brasília.
Correio Braziliense