O governo decidiu intervir nas empresas de ônibus da família de Wagner Canhedo Filho. Em uma operação que reuniu policiais civis e militares, e funcionários da TCB e da Secretaria de Transportes, o GDF assumiu a gestão da Viação Planalto (Viplan), da Condor e da Lotáxi na manhã desta segunda-feira (23/12). A ação foi na garagem central do grupo, onde funciona a administração, no Guará, na EPIA Sul. As empresas comandam hoje 214 linhas e 744 ônibus, o equivalente a cerca de 30% do mercado no Distrito Federal.
A notificação foi entregue pelo presidente da TCB, Carlos Alberto Koch a Wagner Canhedo Filho, que administra as empresas da família. O empresário se disse surpreso com a ação. O governo esperou os ônibus começarem a rodar para não prejudicar a população. O governador Agnelo Queiroz e o vice Tadeu Filippelli explicarão a intervenção ainda nesta manhã em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti.
O GDF alega que o empresário Wagner Canhedo Filho tem colocado obstáculos ao repasse das linhas para as empresas vencedoras da licitação pública do novo sistema de transporte coletivo. Outro motivo para justificar a operação é a baixa qualidade do serviço prestado pelas empresas à população. Canhedo arrecada cerca de R$ 800 mil diariamente com a operação dos ônibus.
A intervenção nas empresas de Canhedo será feita nos mesmos moldes da operação do governo realizada em fevereiro, para assumir a gestão das empresas de ônibus do Grupo Amaral. O GDF alega que Canhedo resiste a demitir os funcionários. Sem a dispensa das equipes, as empresas ganhadoras da licitação não podem contratar motoristas e cobradores para colocar os veículos em circulação. A intenção do GDF com a intervenção é demitir os servidores, pagando os direitos trabalhistas, para que eles sejam recontratados posteriormente.