Jogadores do Gama entraram em confronto duas vezes com torcedores do time após a derrota por 1 a 0 para o Luziânia, neste domingo, pela rodada de abertura do Campeonato Brasiliense. A primeira confusão ocorreu ainda dentro do Estádio Bezerrão, na porta do vestiário. Na madrugada desta segunda, houve novo confronto em frente a residência dos atletas na cidade. Assustados, alguns jogadores ameaçam deixar o clube.
– Já explicamos a situação para o diretor. Se não tivermos segurança, com certeza vamos arrumar as malas e ir embora. Não dá para viver assim coagidos – afirmou o atacante Pimenta, de 27 anos, com passagens por Macaé e Guaratinguetá.
A primeira briga entre torcedores e jogadores ocorreu logo após a partida deste domingo. Insatisfeitos com o rendimento do time na derrota dentro de casa, um grupo uniformizado iniciou um protesto na porta do estádio. Cerca de cinco torcedores mais exaltados conseguiram quebrar o portão de acesso e chegaram até a entrada do vestiário da equipe, onde entraram em confronto com alguns atletas. Foi necessária a atuação da Polícia Militar para conter a confusão.
Vinte jogadores do elenco foram então escoltados pela PM até a residência onde estão alojados, na cidade do Gama. Eles são todos de fora do Distrito Federal e foram contratados pelo clube candango por meio de parceria com uma empresa carioca de gestão esportiva.
No entanto, segundo os jogadores, por volta de 00h30 desta segunda-feira, um dos torcedores envolvido na briga do estádio foi até o alojamento. Acompanhado de outros sete homens, o grupo começou a fazer ameaças aos atletas.
– Foi uma situação complicada. Primeiro, invadiram o nosso vestiário e depois vieram na nossa casa. Ficamos muito expostos. Reagimos porque eles vieram para cima. Aqui também ninguém é bobo – disse o atacante Felipinho, de 29 anos.
– Eles nos agrediram verbalmente e ameaçaram invadir a casa. Eu saí para tentar conversar e acalmá-los. Um deles pegou uma pedra e arremessou para cima da gente. Pegou no meu braço e aí a coisa degringolou. Os jogadores também reagiram e houve outro confronto. Um dos torcedores ficou ameaçando sacar uma arma. O segurança que estava na casa falou que também estava armado e que reagiria. Depois eles correram. A polícia chegou e ainda conseguiu localizar um deles, que acabou liberado – detalhou o responsável pelo alojamento, Ademir da Silva, que é diretor de esportes da GP Soccer, empresa parceira do Gama.
Após os problemas, os jogadores se recusaram a treinar nesta segunda-feira. Estava marcada uma atividade na academia para os atletas que não foram relacionados para o jogo de domingo. Eles cobram uma providência da diretoria do Gama.
A recomendação para não registrar ocorrência na delegacia foi confirmada pelo presidente do Gama, Antônio Alves do Nascimento.
– Houve o posicionamento de não registrar ocorrência. Queremos contornar a situação, e não acirrar. Estamos buscando esse caminho. Hoje, temos que promover o diálogo, ou pode ser colocado em risco até a participação do Gama no campeonato. Pode se perder todo o nosso trabalho dentro dessa parceria (com a empresa de gestão esportiva) – afirmou o presidente.
(Foto: Ilustrativa)