Em meio aos crimes que intimidam moradores do Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz se reúne com a cúpula de segurança pública, na manhã desta sexta-feira (31/1), no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal. Agnelo chegou ao prédio da corporação acompanhado do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. A expectativa é de que o governador apresente uma solução para a violência, diferente da última reunião com a cúpula, ocorrida na tarde de quinta-feira (30/1).
No encontro de ontem, integrantes da cúpula de segurança decidiram fechar qualquer possibilidade de diálogo com os dirigentes das associações vinculadas à Operação Tartaruga, iniciada há mais de dois meses. Enquanto isso, a maioria das 14 entidades da categoria anunciou a radicalização do movimento ao prometer diminuir ainda mais o ritmo no atendimento das ocorrências.
Enquanto policiais militares e GDF não entram em um acordo, a população do Distrito Federal é quem paga o preço. Apenas no primeiro mês de 2014, o número de mortes violentas chegou a 73, sendo 68 homicídios e cinco latrocínios (roubos com morte) — a média é de 2,4 casos por dia. Os ataques contra a vida superam em 37,7% a quantidade registrada no mesmo período de 2013.
Em Águas Claras, próximo à Rua 34, onde o jovem Leonardo Almeida morreu na noite de terça-feira, uma dona de casa de 50 anos acabou rendida e teve o Corsa prata, a bolsa e o celular roubados cerca de 20 minutos após o homicídio. Os bandidos apontaram uma arma para a cabeça da vítima. “Vi os homens levando o carro. Uma amiga dela ligou a fim de passar a placa do carro para a polícia ir atrás, mas a moça que atendeu fez pouco caso, nem sequer anotou. Quando ligamos depois, ela não sabia o número, e tivemos de passar novamente. Vimos a falta de vontade da polícia”, disse a filha da vítima.