Cansaço, inexperiência, falta de orientação e imprudência. Uma série de falhas na hora de religar o sistema de água de uma adutora na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) custou a vida de um funcionário terceirizado da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Luciano Almeida da Silva, 36 anos, se afogou na caixa de concreto, por onde passa o encanamento, após ficar 15 minutos submerso. Quatro operários ficaram feridos com o rompimento da estrutura. Um deles está internado em estado grave.
Minutos após a confirmação da morte, o presidente da Caesb, Oto Silvério Guimarães Júnior, disse que vai “averiguar” as circunstâncias do acidente. Ele não admitiu erros nos procedimentos dos operários, que trabalhavam havia quase 27 horas seguidas. “Tomamos todos os cuidados que se dizem necessários. Infelizmente, não foram suficientes. Agora, teremos de redobrar a atenção ao religar. Nesse momento, a nossa prioridade é dar assistência à família do companheiro que morreu”, afirmou.
O caso é investigado pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará). O delegado adjunto da unidade policial, Mário Henrique Jorge, informou que é cedo para afirmar que houve uma falha humana. “Amanhã, vamos começar a ouvir testemunhas. Vamos aguardar o laudo do Instituto de Criminalística para saber se houve um erro de alguém, mas, a princípio, não há nada que comprove isso”.
As seguintes Falhas ocorreram para liberar a agua na adutora:
Os funcionários trabalhavam na escora do
encanamento quando a água foi liberada na adutora.
Os técnicos responsáveis pela liberação da água não se certificaram ou não
consideraram a hipótese de encher a tubulação com os funcionários dentro da caixa.
Não havia no local um técnico de segurança do trabalho para
acompanhar os reparos e alertar sobre as possíveis falhas de
procedimento no serviço dos funcionários.
Segundo a empresa terceirizada responsável pelo reparo, a Geobrasil, os operários trabalharam durante toda a madrugada e não foram rendidos pela manhã. O cansaço poderia induzi-los a erros no conserto e nos procedimentos de segurança.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Caesb (Sindágua-DF),
os funcionários eram terceirizados, com pouco tempo de serviço na
Caesb e inexperientes para o tipo de trabalho delegado.