A empresa responsável pela operação da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), informou nesta sexta-feira que as amostras de água coletadas na central em julho de 2013 continham um nível recorde de radioatividade, cinco vezes maior que o detectado originalmente.
A Tepco explicou que uma nova medição revelou que o líquido, coletado de um poço de observação entre os reatores 1 e 2 da fábrica no dia 5 de julho do ano passado, continha o nível recorde de 5 milhões de becquerels por litro de estrôncio-90.
A empresa tinha originalmente detectado 900 mil becquerels por litro de estrôncio e outras substâncias emissoras de radiação beta, antes de comprovar em outubro que os equipamentos de medição estavam com problemas técnicos que impediam um calculo preciso.
Esse poço de observação está a 25 metros do píer da usina e a seis de um túnel por onde circulou água muito radioativa após a explosão da crise em março de 2011. O estrôncio-90 é um isótopo radioativo com meia-vida de aproximadamente 30 anos e que tende a se acumular nos ossos e acredita-se que pode provocar câncer ósseo e leucemia.
A Tepco explicou que voltará a analisar as amostras anteriores, já que muitos dos dados não são confiáveis depois que se descobriu o problema nos equipamentos de medição. O acidente na usina de Fukushima Daiichi, provocado pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011, foi o pior em uma central nuclear desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
A radiação afetou gravemente a agricultura, pecuária e pesca local e cerca de 52 mil pessoas, que viviam em torno da central, tiveram que abandonar suas casas.