Policiais federais realizam nesta terça-feira (11) uma nova mobilização para expor problemas de assédio moral e riscos à saúde enfrentados no ambiente de trabalho, além de pedir aumento de salário e aumento do efetivo, em 21 estados e no Distrito Federal.
Na capital do país, 70% dos profissionais estão parados. O grupo participa pela manhã de uma reunião em frente à sede do órgão, no Setor de Autarquias Sul, atrás do Banco Central. O Brasil tem entre 11 mil e 13 mil policiais federais.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais do DF, a paralisação vai durar 24 horas, mas não vai atrapalhar o atendimento ao público. A emissão de passaportes, por exemplo, segue ocorrendo normalmente. Apenas as investigações de longo prazo não serão realizadas nesta terça.
A entidade denuncia que há pouco respaldo médico para os policiais. Segundo o sindicato, entre 2011 e 2012 houve 15 suicídios e, no ano passado, 230 profissionais deixaram a corporação.
A organização reclama ainda que há apenas dois psicólogos para atender todos os policiais federais do país e que o plantão no Aeroporto Internacional de Brasília conta com apenas um policial, por 24 horas.
A categoria pretende, na reunião desta terça, definir a próxima paralisação. A última ocorreu na sexta-feira (7) e teve adesão de 22 unidades da federação. O movimento foi batizado como “Polícia Federal na UTI”.
A manifestação, de acordo com o sindicato e com a Federação Nacional dos Policiais Federais, ocorre paralelamente em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Em protestos na sexta-feira (7), escrivães, papiloscopistas e policiais federais “penduraram algemas” e distribuíram panfletos em várias regiões do país.
De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Jones Leal, o departamento da PF “hoje vive uma crise entre cargos”. “Pode acontecer a qualquer momento uma tragédia no departamento de um cargo para com o outro. O ambiente no departamento está muito ruim”, afirmou. “Parece que querem acabar com a PF. Nós estamos de mãos atadas, estamos algemados sem poder fazer as coisas por falta de recursos.”