O vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal, sargento Manoel Sansão, afirmou na manhã desta segunda-feira (3) que a categoria ainda não foi notificada da decisão do Tribunal de Justiça determinando o fim da operação tartaruga, mas disse que a entidade vai recorrer assim que chegar o comunicado. Ele também disse que os militares acatarão a ordem, mas partirão para outra forma de manifestação.
“Vamos acatar, porque a gente respeita a Justiça. Só que aí vamos partir para outras operações. Vamos abordar todo mundo, inclusive gente do governo que a gente sabe que está irregular. Vamos colocar a criminalidade no zero. Vamos encher as delegacias. Não é isso que o governador quer? Então pronto. Então vamos ajudar a sociedade. Já que o governador não tem compromisso com os policiais e bombeiros, nós vamos mostrar que temos com a sociedade”, disse.
Ele não disse quem eram as pessoas que ele chamou de “gente do governo” nem quais eras as irregularidades supostamente cometidas por elas. Na quinta-feira passada, durante reunião do governador com a cúpula da segurança, Agnelo classificou a manifestação dos PMs de “política”.
Sansão não quis comentar o teor da decisão, mas garantiu que os policiais seguem mobilizados. “Não vamos abrir mão da isonomia salarial, custe o que custar, nem que isso signifique prolongar por muito tempo essa luta nossa. Já estamos nessa luta há um ano e três meses e radicalizamos nos últimos dois meses. E a gente continua, enquanto for necessário.”
Sem reajuste salarial, PMs do DF deflagraram em outubro a “operação tartaruga”, enfraquecendo o policiamento ostensivo para cobrar aumento do salário, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios aos que estão em atividade e reformados. Neste fim de semana, o Tribunal de Justiça acabou o pedido do Ministério Público para que a operação fosse declarada ilegal. O descumprimento da decisão tem como pena multa diária de R$ 100 mil.
Na manhã deste sábado (1º), durante entrega de novos ônibus no Recanto das Emas, o governador Agnelo Queiroz disse que a atividade da polícia já voltou ao normal.
“Hoje estamos em plena normalidade. A atitude individual de uma pequena minoria que por motivos políticos tenta colocar em risco a vida da população, estamos combatendo rigorosamente. Tomando todas as medidas de punição rigorosa”, afirmou.