Diante da decretação da ilegalidade da operação tartaruga, por parte do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), e do anúncio de punições, pelo comando da Polícia Militar e pelo Governo do Distrito Federal (GDF), as entidades representativas dos praças e oficiais brasilienses decidiram mudar de tática. Vão suspender a operação tartaruga, iniciada em outubro.
Por outro lado, entram, a partir de hoje, em operação-padrão. Anunciam como alvo principal as autoridades. Prometem fiscalizar todos os políticos moradores de Brasília para multá-los e, principalmente, apreender os veículos que estiverem irregulares. Em contrapartida, até a noite de ontem, ao menos seis homens apontados como líderes do movimento haviam virado réu em investigações, podendo ser presos e expulsos do serviço público.
Maior entidade dos militares brasilienses, a Associação dos Praças (Aspra-DF), que representa 8 mil homens e mulheres das duas corporações, decidiu acatar a decisão do TJDFT e suspendeu o movimento. No entanto, a mobilização da categoria por melhores salários e outros benefícios apenas mudou de nome e tática. “Agora, a gente está em operação-padrão.
Não vai escapar ninguém, político nem criminoso. Vamos mostrar à população que a gente sabe trabalhar e trabalha muito. Vamos encher as delegacias e os depósitos do Detran”, avisou o sargento Manoel Sansão, vice-presidente da Aspra. A operação-padrão vai pelo menos até sexta-feira, quando será realizada uma assembleia entre PMs e bombeiros para determinar os rumos do movimento.
Assim, segundo lideranças, a ordem é flagrar principalmente autoridades trafegando de carro em condição irregular. Seria uma forma de constranger os políticos e dar uma resposta positiva à sociedade. A Aspra tomou a decisão na tarde de ontem, após ser notificada oficialmente sobre a determinação da desembargadora Nilsoni de Freitas Custódio, do TJDFT, que, na primeira hora de sábado, acatou parcialmente o pedido do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e declarou ilegal a operação tartaruga. A magistrada mandou pôr fim ao movimento dos militares da capital, obrigando todos a voltarem imediatamente ao trabalho após a notificação.
Já o coronel Mauro Manoel Brambilla, presidente da Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada e Reformados da Polícia Militar do Distrito Federal e do Corpo de Bombeiros Militar do Distro Federal (Assor-PM/BM) e coordenador do Fórum das Associações Representativas dos PMs e BMs do DF, preferiu recuar. “Os policiais militares são homens da lei e vão cumprir a determinação (da Justiça”, afirmou, dizendo desconhecer as declarações dos representantes da Aspra. “Nos próximos dias, o trabalho ostensivo da PM será restabelecido”, garantiu.
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