Estudantes transitam pelo local e reclamam da falta de segurança e de iluminação.
Abandono. Quem passa diariamente por um caminho que corta a 713 Sul, entre os Blocos M e N, se depara com um matagal alto e lixo. Muitos estudantes transitam pelo local e reclamam da falta de segurança e de iluminação. Ali mesmo, em fevereiro deste ano, uma estudante de 20 anos foi estuprada. Ela tinha saído de uma faculdade na 913 Sul e seguia para a Estação 112 Sul do metrô.
O aposentado Hélio Campos, 62 anos, passa diariamente pelo local para ir de casa, na 711 Sul, até o Sesc da 913 Sul, praticar natação. Semanas atrás, ele quase foi assaltado. “Duas pessoas usavam drogas quando eu estava passando. Uma delas pegou uma faca e veio na minha direção. Por sorte, outro casal também passou neste exato momento e os bandidos desistiram do roubo”, relata. Tudo aconteceu pela manhã, em plena luz do dia.
A sujeira também é grande. “Já encontrei seringas, carteiras de cigarro, tem de tudo. O mato virou quase uma floresta. Depois que tiraram o posto da PM daqui de perto, há alguns anos, o cenário só piorou”, desabafa Helio.
A estudante de Matemática Letícia Sousa Ferreira, 18, mora no Recanto das Emas e percorre o trajeto diariamente, da faculdade até a parada de ônibus. “Sozinha eu não passo aqui, só quando estou acompanhada. O caminho é um pouco sujo e deserto, além do matagal. Pode ter um assaltante escondido entre as plantas”, diz.
Ela tem o costume de ir até a para com a colega de curso Lucivânia Nunes, 18. Lucivânia mora em São Sebastião e também evita passar pelo caminho sem companhia. “Eu usava a rua de cima, que é mais movimentada. Comecei a passar porque por aqui eu chego mais rápido à parada e também porque viemos juntas”, afirma. A estudante sabe do estupro ocorrido ali, além de assaltos.
Bonito e perigoso
Estudantes homens, por sua vez, acreditam que para eles situação é menos complicada. “Deve ser mais perigoso à noite. Mas aqui é pouco movimentado sim. Gosto do caminho por causa das plantas, mas isso deve atrapalhar no período noturno porque fica com pouca iluminação e muitos espaços para os ladrões se esconderem”, opina o estudante de Arquitetura Wallisson Soares de Almeida, 19. Ele passa por ali para pegar um ônibus até sua residência, no Lago Norte.
O estudante Pedro Henrique Tavares, 20, é morador do Riacho Fundo II e, apesar de não ter enfrentado problemas, reconhece que pode ser pior para as mulheres. “Eu até tenho simpatia pela paisagem daqui, por causa das árvores. Mas os ladrões podem se aproveitar para se esconder”.
SAIBA MAIS
A reportagem do Jornal de Brasília procurou a Administração Regional do Plano Piloto. No entanto, não obteve uma resposta sobre o assunto até o fechamento desta edição.