Os Arquivos Nacionais dos EUA solicitaram nesta quinta (26) que ex-presidentes e vice-presidentes do país revisem seus pertences em busca de possíveis documentos sigilosos, revelou a CNN.
O pedido do órgão responsável por cuidar desse tipo de material vem dias após uma série de revelações mostrar que o atual presidente, Joe Biden, e o ex-vice-presidente Mike Pence possuíam em suas casas e escritórios arquivos sigilosos que não poderiam estar com eles.
A demanda dos Arquivos Nacionais foi endereçada a representantes dos ex-presidentes Donald Trump, Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, George H.W. Bush e Ronald Reagan -os últimos dois já mortos- e dos ex-vices Pence, Biden, Dick Cheney, Al Gore e Dan Quayle.
Na carta, o órgão lembra os políticos sobre a obrigatoriedade de respeitar a lei dos registros presidenciais, conhecida pela sigla PRA e estabelecida nos anos 1970, segundo a qual presidentes em exercício têm responsabilidade pela custódia e pelo manejo de documentos. Uma vez que eles deixam o cargo, porém, todo esse material deve ser enviado para os Arquivos, que são os responsáveis por administrá-los.
“A responsabilidade de respeitar a PRA não muda com o fim de uma administração presidencial”, diz um trecho da carta enviada aos ex-líderes americanos. “Assim, pedimos que e conduzam uma busca por quaisquer documentos que não estejam com os Arquivos e sejam relacionados às suas administrações.”
Ao longo das últimas semanas, a Casa Branca informou que documentos identificados como sigilosos foram descobertos em um escritório particular de Biden. O material está relacionado com a época em que o hoje presidente era vice de Obama, de 2009 a 2017.
Depois, uma nova leva de material semelhante foi descoberta na residência do democrata, em Wilmington, no estado de Delaware, engrossando o caldo das críticas. Um procurador especial, então, foi designado para investigar o caso, uma medida comum em episódios politicamente delicados como esse.
Já na última terça-feira (24), um advogado do ex-vice-presidente Mike Pence, cotado como pré-candidato republicano à Casa Branca para as próximas eleições, em 2024, afirmou ter descoberto cerca de uma dúzia de arquivos secretos na casa dele em Carmel, no estado de Indiana, e os entregou ao FBI, a polícia federal americana.
Os casos suscitam comparações com o do ex-presidente Trump, que também guardou documentos confidenciais do governo em propriedades particulares quando deixou o poder, após ser derrotado por Biden. Ele é alvo de uma investigação criminal por isso.
Várias centenas de documentos sigilosos do governo, além de milhares de outros papéis e fotos não confidenciais, foram parar em seu clube e residência na Flórida, Mar-a-Lago, depois de ele deixar a Casa Branca.
Alguns estavam em caixas, no armário de um depósito trancado, e o FBI achou outros no escritório de Trump, incluindo em sua mesa de trabalho, segundo documentos judiciais.