Estádio do Café, Londrina, norte do Paraná. Adriano entra em campo como titular e capitão do Atlético-PR. O jogo é marcante para o Imperador, que não começava uma partida como titular há dois anos desde o longínquo 4 de março de 2012, quando atuava pelo Corinthians, no clássico contra o Santos. No Atlético-PR, até a noite desta quarta-feira, o máximo que havia atuado foram os 60 minutos no jogo-teste da Arena da Baixada, contra o JMalucelli, além de poucos minutos na vitória sobre o The Strongest por 1 a 0 e na derrota para o Vélez Sarsfield por 2 a 0, as duas partidas pela Libertadores.
O resultado do jogo e seu desempenho ficaram fora das expectativas mais otimistas. A equipe Sub-23 em que Adriano reforçava acabou goleada por 4 a 1 e desclassificada para a final do Paranaense . Em campo, o atacante foi discreto e, apesar de participativo, teve como seu principal momento a assistência para o meia Marcos Guilherme fazer o único gol do Rubro-Negro.
Adriano é o primeiro a reconhecer que ainda está longe de sua condição ideal. Apesar de não ter sido uma atuação de gala, comemorou estar em campo nos 90 minutos. Também demonstrou boa forma física, mas sabe que falta ritmo de jogo para poder melhorar os passes, chutar mais e poder marcar seu primeiro gol com a camisa do Atlético-PR. No intervalo da partida desta terça-feira, ele fez uma autoavaliação.
– Ainda estou meio perdido, porque que tem dois anos que não jogo. Com certeza, jogando, esse ritmo de jogo vai voltando. Quero sair com a vitória e vamos ver o segundo tempo – disse o Imperador, na saída para o intervalo.
O ambiente dos primeiros 90 minutos de Adriano também não foi dos mais amistosos. A torcida do Londrina lotava grande parte do Estádio do Café e pegou no pé do jogador desde o começo. Já no aquecimento, sentiu que a torcida não ia dar espaço e bastou um chute errado para que as vaias dos quase 15 mil torcedores surgissem e seguissem durante a partida.
Em campo, Adriano atuou muitas vezes como pivô, apesar de ter sido escalado como o único atacante. Ele demorou para tocar na bola também em razão da partida dominada pelo Londrina, que se mantinha no ataque. Mas, na primeira grande oportunidade, sua ajuda foi decisiva. Aos 14 minutos, o Imperador recebeu de Marcos Guilherme de costas para o gol, devolveu para o companheiro, que driblou Paulinho e abriu o placar no Estádio do Café.
Adriano também não demonstrou nenhuma soberba por estar entre os garotos do Atlético-PR e não em uma partida da Libertadores. Quando as bolas começaram a sumir após o quarto gol, o Imperador corria atrás delas para recolocá-las em jogo e, no fim, lamentou o resultado.
– Não conseguimos sair com a vitória, fico triste pela garotada que não pode participar da final. Quando eu era novo, também tive várias derrotas. Fica um aprendizado de vida, tem que levar como experiência. Não pode abaixar a cabeça. Temos que passar as barreiras – opinou o atacante.
Na saída de campo, Adriano não quis dar uma nota para a sua atuação. Porém, disse estar feliz por poder jogar os 90 minutos de uma partida.
– Minha batalha está começando ainda. Estou fazendo de tudo. É o ritmo de jogo que está sendo o mais importante agora. Espero conseguir achar essa forma o mais rápido possível e ajudar a equipe a chegar à final da Libertadores.
Fonte: G1