Geólogos australianos levantaram nesta terça-feira (17/12) a tentadora, porém controversa, hipótese de que a Antártica seria rica em diamantes.
Em um artigo publicado na revista Nature Communications, uma equipe de cientistas reportou a descoberta de quimberlita, uma rocha ígnea vulcânica que costuma conter diamantes, nas montanhas Príncipe Charles na Antártica oriental.
As amostras, coletadas no Monte Meredith, não revelaram a existência de diamantes e o estudo, que tinha como objetivo examinar a geologia da região e não suas possibilidades mineradoras, não previa quantificar esta pedra preciosa.
No entanto, a pesquisa indicou que a marca do mineral é idêntica a de outras encontradas em locais do mundo onde foram descobertos diamantes.
“As amostras são típicas em textura, mineralogia e geoquímica às quimberlitas do Grupo 1 de localidades mais clássicas”, destacou o estudo chefiado por Greg Yaxley, da Universidade Nacional Australiana, em Canberra.
A quimberlita, uma rocha que poucas vezes é encontrada perto da superfície da Terra, formou-se, segundo se acredita, em grandes profundidades da crosta terrestre, onde as condições são adequadas para que se criem os diamantes – átomos de carbono cristalizados em formas reticulares sob alta pressão e temperatura.
O estudo sugeriu que a quimberlita foi empurrada para a superfície há 120 milhões de anos, quando os atuais África, Península Arábica, América do Sul, continente indiano, Austrália e Antártica formavam um supercontinente denominado Gondwana.
Afloramentos de quimberlita cobriam, então, o centro de Gondwana. Segundo esta teoria, os continentes que o compunham se separaram em seguida, o que explicaria porque diamantes são encontrados em locais tão diversos e distantes, do Brasil até o sul da África e a Índia.