O fornecimento de energia elétrica foi restabelecido quase por completo nesta terça-feira (29/4), na Espanha e em Portugal. Com isso, os países estão voltando à normalidade após um apagão que durou entre 10 e 20 horas.
À AFP, a operadora portuguesa negou ter emitido um comunicado compartilhado com as redes a ela atribuídas que apontasse um “fenômeno atmosférico raro” como causa da interrupção. A Agência Meteorológica da Espanha ainda citou que “nenhum fenômeno meteorológico ou atmosférico incomum foi detectado na Espanha”.
Segundo o premiê espanhol, as prioridades do governo são restaurar sistema elétrico completamente e descobrir o que causou o apagão. “Tomaremos as medidas necessárias para evitar que isso aconteça novamente e responsabilizaremos os operadores privados”, citou Pedro.
A operadora Redes Energéticas Nacionais, de Portugal, informou que a rede elétrica estava “perfeitamente estabilizada” e que os 6,4 milhões de clientes já estavam acessando o serviço.
Brasileira relata caos em Portugal
Ao Correio, a brasileira Caroline Soares, que mora na Austrália, viajou no dia 27/4 para Lisboa, antes do apagão. O voo dela partiu dos Estados Unidos rumo à capital portuguesa e chegou cerca de 10 minutos após o início do corte de energia elétrica.

“Durante o desembarque, sem saber o que estava acontecendo, já estranhamos o fato dos elevadores e escadas rolantes não estarem funcionando. Havia muitos idosos nesse voo vindo de Nova York para Lisboa, e todos precisaram descer escadas com bagagens, o que foi bem complicado”, relata Caroline.
“Lisboa estava um caos, sem luz e sem internet. Estar em um país estrangeiro teria sido muito mais desafiador se minha sogra não estivesse lá para nos buscar no aeroporto. Muitos estrangeiros estavam desesperados do lado de fora do aeroporto. Ajudamos um casal de filipinos que não falava português — o GPS deles não funcionava por conta da internet. Demos carona até o hotel onde estavam hospedados. O trânsito estava muito congestionado e passamos por vários acidentes. Semáforos e pedágios estavam fora de operação”, acrescenta a brasileira.
Ainda segundo Caroline, ela e o marido só conseguiram entender o que estava acontecendo quando ouviram uma conversa entre funcionários que passavam área de imigração do aeroporto. Eles traduziram a informação para quem estava ao redor.
“Outros voos foram chegando, a fila só aumentava, e depois de mais ou menos 1h30 decidiram fazer o processo de imigração manual, com carimbos. Quando chegamos na esteira para pegar as malas, ninguém sabia informar quando a energia voltaria ou se deveríamos continuar esperando. Os banheiros estavam em condições bem ruins, sem água e sem ar-condicionado, e o local estava lotado. Depois de um tempo de espera, fomos ao balcão de malas perdidas, onde nos orientaram a ir embora e voltar no dia seguinte. A falta de alto-falantes certamente dificultou a comunicação, mas o despreparo do aeroporto para lidar com emergências como essa foi evidente”, diz.
Fonte: Correio Braziliense