Rosetta partiu da Terra há quase 10 anos, em março de 2004, para uma viagem solitária. Passou por Marte, avistou de perto dois asteroides e, depois de viajar por sete anos e percorrer mais de 800 milhões de quilômetros, aproximando-se de Júpiter, teve direito a um merecido descanso. Dormiu por dois anos e meio, até que despertou ontem, para cumprir a fase final e mais importante de sua missão: conhecer de perto um cometa e, assim, ajudar os cientistas a desvendar a origem do Sistema Solar e da vida no Planeta Azul.
A viajante espacial é uma sonda enviada pela Agência Espacial Europeia (ESA) rumo ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O encontro está marcado para novembro deste ano, quando, depois de se aproximar da rocha gelada, Rosetta liberará um pequeno aparelho de 100kg, o Philae, que pousará sobre o 67P. Munido de 10 instrumentos científicos, Philae fornecerá informações preciosas e detalhadas sobre o objeto cósmico. Isso, obviamente, se tudo continuar acontecendo como programado.
Imprevistos em missões espaciais são comuns. Do lançamento até o destino final, pequenas falhas podem colocar tudo a perder. Por isso, o dia foi tenso no Centro Europeu de Operações Espaciais, em Darmstadt, na Alemanha. Depois de ter quase todos os equipamentos desligados em junho de 2011 — uma medida importante para poupar energia e garantir o fim da missão —, a sonda estava programada para despertar ontem, às 8h no horário de Brasília.
(Foto: ilustrativa)