O secretário-adjunto ficaria 10 dias nos EUA, mas antecipou o retorno após a a divulgação na imprensa que viagem custaria R$ 32,7 mil aos cofres públicos
O secretário-adjunto do Turismo, Jaime Recena, está com desembarque previsto em Brasília nesta quarta-feira (19/10). Ele antecipou em dois dias o retorno de Las Vegas, onde foi participar de um evento da Red Bull Air Race, show aéreo de acrobacias feitas por aviões de pequeno porte, e de uma feira voltada ao setor de turismo. Na mala, Recena não trará apenas fotos, recordações dos Estados Unidos e prospecção de negócios. O gestor lidará com o desgaste causado após ser revelado que o passeio internacional custaria R$ 32,7 mil aos cofres públicos.
Em um primeiro momento, estava prevista a ida de Recena e da chefe da Unidade de Captação de Eventos da pasta, Mariana Lopes Braga. A previsão era que o GDF desembolsasse R$ 32.705,90 — R$ 14.480,33 em passagens e R$ 18.225,57 em diárias para Recena e Mariana. Mas, com a repercussão negativa, a ida de Mariana foi cancelada.
Jaime Recena viajou para a Las Vegas com a namorada Marina Martins, à época lotada como assessora da Secretaria Adjunta de Turismo. Logo depois da revelação que o casal viajaria junto aos Estados Unidos, Marina foi exonerada do cargo.
Recena ainda afirmou que custeará tudo do próprio bolso. Em passagens, o GDF já gastou R$ 8.692,30. Valor que, segundo a assessoria de imprensa do secretário-adjunto, será devolvido aos cofres públicos. “Os demais valores não foram efetuados, portanto não há devolução do montante não gasto. A data prevista de retorno (do secretário) será dia 19 de outubro, devido à dificuldade na disponibilidade de vagas nos voos”, informou a assessoria do secretário-adjunto.
Além da devolução dos valores, Recena, que é presidente regional do PSB, deve ter que prestar contas ao colega de partido e governador Rodrigo Rollemberg. Em entrevista à Rádio CBN, na segunda-feira (17), Rollemberg admitiu que a viagem do subordinado a Las Vegas foi “inoportuna”. “No caso do secretário de Turismo, entendemos que a viagem foi inoportuna e o secretário também entendeu ao dizer que devolveria os gastos”, disse o governador à rádio.
No entanto, Rollemberg não explicou como o governo pretende cumprir o Decreto n° 37.121, de 16 de fevereiro de 2016, que proíbe gastos com diárias de viagem; aquisição de passagens aéreas; participação em cursos, congressos, seminários e eventos afins.
No sábado (15), mesmo após a publicação do decreto, integrantes do primeiro escalão continuaram viajando à custa de recursos públicos.