O mercado de streaming está cada vez mais concorrido, o que gerou grandes quedas de assinantes para a líder Netflix em 2022. No entanto, o crescimento de serviços como HBO Max e Disney+ não é o único fator que está movimentando o segmento.
No Brasil, aplicativos voltados para pirataria já aparecem entre os mais populares da Play Store, a loja oficial de apps do Android. Segundo dados da Play Store, duas das plataformas em questão já somam mais de 5,5 milhões de downloads por meio da loja.
Apps alternativos de streaming aparecem entre os mais populares na Play Store
Na segunda semana de junho, a categoria de apps de entretenimento contava com três aplicativos alternativos na lista de mais procurados. Como é possível ver na captura de tela acima, as plataformas Cine Vision V5, Tyflex Oficial e MegaFlix superavam serviços oficiais como HBO Max, Netflix e a dupla Disney+ e Star+ na categoria de mais buscados.
O que é MegaFlix e Cine Vision? É pirataria?
Os aplicativos que chegam ao topo da Play Store trazem uma interface de vídeo amigável e que lembra os serviços oficiais, mas oferecem os conteúdos de seu catálogo por meio de pirataria. O MegaFlix, uma das soluções mais populares, conta com uma interface que pode dar inveja para serviços como HBO Max e Disney+, com navegação rápida, conteúdos mais assistidos e a possibilidade de baixar vídeos facilmente.
O conteúdo distribuído nos apps, no entanto, vem de fontes ilegais. Diferente de soluções como Google TV, que reúne diferentes streamings em uma plataforma oficial, os apps alternativos realizam streaming de conteúdo pirata: filmes que ainda estão no cinema, por exemplo, já podem ser assistidos nos serviços em versões de baixa qualidade.
O catálogo de filmes ilegais inclui até produções que ainda estão no cinema
Além da distribuição de conteúdos ilegais, os aplicativos gratuitos também exibem uma alta quantidade de anúncios para os usuários, fazendo constante redirecionamento para outros apps, mas isso não está impedindo o crescimento das plataformas.
Pirataria na Google Play Store
Mesmo com o alcance de aplicativos como MegaFlix e CineVision, o Google ressalta que a distribuição de conteúdos piratas é proibida e a empresa combate aplicativos ilegais. “Nossas políticas proíbem apps que infrinjam direitos autorais, incentivem streaming ilegal ou tentem enganar os usuários se passando por outros apps”.
Em seu site de combate à pirataria, a empresa também disse que retira apps ilegais da loja com base nas denúncias de detentores de direitos autorais. Entramos em contato com a companhia para obter mais detalhes sobre as políticas de segurança da loja, mas ainda não recebemos uma resposta.
Aplicativos alternativos dominam seção de Entretenimento da Play Store
Nesta terça-feira (14), a lista de apps de entretenimento mais populares da Play Store ainda contava com o Cine Vision e o MegaFlix entre os mais populares, dominando o ranking entre os mais procurados. Por outro lado, o Tyflex Oficial, que aparecia entre os mais baixados na semana passada, possivelmente foi retirado da loja e não aparece mais nas buscas.
Perigos da pirataria
Enquanto o acesso grátis e o amplo catálogo de conteúdos chama a atenção nos apps de streaming pirata, as plataformas alternativas podem trazer perigos ao usuário, informa o especialista de segurança da informação Daniel Barbosa, da ESET. Além de não contarem com suporte e estrutura oficial, os serviços ilegais também podem ser usados para fins ilícitos.
Segundo o especialista, alguns apps ilegais de vídeo podem esconder rastreadores que fazem monitoramento do dispositivo, acessando desde arquivos até a geolocalização do celular. Algumas plataformas também exigem o cadastro do usuário e pedem informações para login, que podem ser utilizadas para golpes.
O especialista da ESET afirma que o ideal é evitar aplicativos com conteúdos ilegais. Quando os apps são distribuídos em lojas oficiais, a companhia recomenda pesquisar antecedentes sobre a plataforma, ficar de olho nas avaliações e buscar soluções de empresas sérias, que possam ser responsabilizadas em caso de problemas.
Por TecMundo