Ministérios foram alvo de vandalismo. PM estimava 35 mil manifestantes até as 15h40; organização não informou número.
Houve vandalismo e confronto entre a polícia e manifestantes em um protesto em Brasília nesta quarta-feira (24). Um grupo colocou fogo no Ministério da Agricultura, mas o incêndio já foi controlado. Servidores dos ministérios receberam ordens de evacuar os prédios por volta das 15h30. A PM atirou balas de borracha e gás lacrimogênio, enquanto manifestantes atiravam pedras e tentavam avançar em direção ao Congresso.
SIGA: cobertura do ato em tempo real
Os manifestantes pedem a renúncia do presidente Michel Temer e criticam as reformas trabalhista e da Previdência. Às 15h50, havia cerca de 35 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, segundo a PM. A organização do protesto não informou o número.
Quatro pessoas foram detidas e uma ficou ferida por arma de fogo, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Um dos presos é um professor do Espírito Santo que estava acompanhado da filha, menor de idade. Três dos detidos portavam entorpecentes e arma branca, segundo a Polícia Militar.
Por causa do tumulto, boa parte dos manifestantes começou a deixar a Esplanada dos Ministérios por volta das 16h15.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/o/Y/xrkXqCTjq7Av5iWZxAYQ/fogo-ministerio.jpg)
Manifestantes que protestam nesta quarta-feira contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer colocaram fogo no prédio do Ministério da Agricultura, em Brasília. Carros do Corpo de Bombeiros, Samu e caminhão pipa já estão no local para controlar a situação. Enquanto bombeiros se aproximam, manifestantes jogam pedaços de pau e uma pessoa se feriu no rosto (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/y/1/BCiZCBSBAGBBBj9Fiivg/ministerio-cultura.jpeg)
Computadores foram quebrados no Ministério da Cultura
Danos a ministérios
Nesta tarde, vários atos de vandalismo foram registrados ao longo da Esplanada dos Ministérios. Houve incêndio no Ministério da Agricultura. Equipes do Corpo de Bombeiros foram ao local e informaram que o fogo foi extinto por volta das 16h15.
Também foram danificados os prédios da Fazenda, Minas e Energia, Planejamento e Turismo, além do Museu da República e Catedral Metropolitana. Fachadas foram pichadas com palavras de ordem como “fora, Temer” e “diretas já”.
Grupos também quebraram vidraças e refletores. Pastas e documentos foram retirados dos ministérios da Cultura e do Meio Ambiente, que dividem o mesmo prédio.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/j/Y/R5slZPRp6glHwDTnb27g/ministerio-agricultura.jpeg)
Ministério da Agricultura foi alvo de depredação
Inteiror do Ministério da Cultura após depredação
A confusão começou por volta das 14h, quando ativistas de rostos cobertos tentaram furar o cordão de revista policial, montado pela PM entre a rodoviária do Plano Piloto e a Esplanada dos Ministérios. Houve corre-corre, e os manifestantes conseguiram furar o bloqueio, entrando na área da manifestação com hastes de bandeiras, materiais explosivos e perfurantes. Segundo Polícia Militar, grupos levavam estilingues para atirar pedras contra policiais.
Imagens feitas no local mostram uma série de pessoas sendo imobilizadas e carregadas pelos policiais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/d/t/3LyGFISPO4tSpbASRXAQ/protesto6.jpg)
Vidro quebrado no Ministério da Fazenda, em Brasília, durante ato contra Michel Temer
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/U/A/hb2by5RGqHfRCH5JWedQ/leticia-carvalho1.jpg)
Manifestantes soltam bomba de fumaça na N1, no Eixo Monumental, durante ato contra governo Temer
O início do ato
O protesto foi convocado por centrais sindicais e ativistas políticos e divulgado em redes sociais. Até o meio-dia, os organizadores não informavam estimativa de público. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, o ato reunia 25 mil pessoas no entorno do estádio Mané Garrincha até as 11h30.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/A/8/T3GAA2Qwii8VOQpeWcWw/manifestacao-fora-temer-beatriz-pataro9.jpg)
Nova Central Sindical dos Trabalhadores se reúne no estacionamento do estádio Mané Garrincha em ato contra o governo de Michel Temer
Ônibus chegaram ao estacionamento do estádio Mané Garrincha na noite de terça-feira (23) e manifestantes reunidos pela Força Sindical montaram acampamento próximo a Funarte e a Torre de TV. O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, disse que a reunião de manifestantes em Brasília tem um forte peso.
“Estamos vindo mostrar que não concordamos com o que está sendo feito pelo governo. Não concordamos com as reformas, queremos eleições diretas e poder discutir sendo também sujeito do processo.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/h/1/7Un4KXRyaKgsPlY4ZVkQ/manifestacao-fora-temer-beatriz-pataro13.jpg)
Integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em ato contra Michel Temer no estacionamento do Mané Garrincha
De acordo a Força Sindical, vieram 41 ônibus de Santa Catarina, 51 de Goiás, 40 do Mato Grosso do Sul e 160 de Minas Gerais. Na Torre de TV e próximo a Funarte, a Polícia Militar estima 300 ônibus de várias localidades. A organização afirmou que as viagens estão sendo custeadas pelas centrais sindicais de cada estado.
Há manifestantes de diversas cidades de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A liderança da Força Sindical informou que há cerca de 1,8 mil sindicatos representados. O Diretor Nacional de Educação Sindical Nova Central, disse que até às 10h, 6 mil pessoas estavam em Brasília representando a entidade.
“A intenção é demarcar contrariedade, rejeição à medida que tira direito dos trabalhadores.”
Alguns manifestantes carregam caixões para representar a morte dos direitos. Participantes da Força Sindical colocam faixas de “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos” sob os caixões. O diretor financeiro do Sindicato dos Mototáxis de Brasília, Rubens de Almeida, informou que 120 motociclistas participam do ato.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/r/H/XcYyoRR8A3pEqKCFkiXA/manifestacao-fora-temer-beatriz-pataro6.jpg)
Manifestantes carregam caixão pela Esplanada dos Ministérios, onde fazem concentração para ato contra reformas do governo Temer
Agentes penitenciários também carregam faixas contra a reforma da Previdência. Para o servidor Jairo César Rodrigues, o governo conseguiu unir as centrais sindicais. “Esse governo conseguiu unir as centrais em um só objetivo o que não aconteceria há muitos anos.”
Na manhã desta quarta, a Polícia Militar fiscalizou 53 ônibus ligados à Central Única dos Trabalhadores, vindos de Goiânia e do Pará. Segundo os policiais, foram recolhidas pedras, canos de PVC, hastes de madeira e um facão.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/d/O/Me0KsUQ4SqpC1Ntp4gpA/whatsapp-image-2017-05-24-at-11.25.23.jpeg)
Manifestante que veio do Paraná e pede eleições diretas
Bernardo Piloto veio de Curitiba com a Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federais do Paraná para lutar contra um governo que ele diz considerar ilegítimo. ” Queremos eleições diretas e não, de novo, um governo não eleito pelo povo.”
*Participaram da cobertura os repórteres Graziele Frederico, Letícia Carvalho, Luiza Garonce, Mateus Rodrigues, Marília Marques, Beatriz Pataro, Elielton Lopes, Marina Oliveira e Yasmim Perna