Continua nessa quarta-feira (15) a audiência de instrução e julgamento sobre a morte do menino Henry Borel, onde as testemunhas de defesa de Monique Medeiros (mãe da criança) serão ouvidas, e que, junto com Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, também é ré no processo.
Será a terceira sessão do processo, que é conduzido pela 2ª Vara Criminal da Capital. Na terça-feira (14), durante a segunda audiência, foram ouvidas dez pessoas – uma testemunha de acusação, duas de defesa convocadas a pedido dos advogados de Monique, e as outras sete por Jairinho.
Henry Borel morreu no dia 08 de março, segundo denúncia do Ministério Público, foi vítima de torturas de Jairinho, na época padrasto e vereador do Rio. Depois, o político acabou tendo o mandato cassado por outros vereadores da Câmara Municipal.
A morte do menino Henry Borel, não impediu o então casal formado pelo médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr.Jairinho, e pela professora Monique Medeiros de planejar o futuro. Assessora da família de Jairinho há 30 anos, Cristiane Isidoro deu detalhes do relacionamento do ex-casal em depoimento no 2º Tribunal do Júri, nesta terça-feira (14/12).
“Inclusive um dia, dentro do carro, Monique disse para o Jairinho: ‘Amor, você vai reverter a vasectomia e vamos nos casar’”, revelou Cristiane ao promotor Fábio Vieira. O diálogo ocorreu após a morte do menino de 4 anos e antes da prisão do ex-casal, em abril deste ano.
Em seguida, o advogado Igor Carvalho, que representa o engenheiro Leniel Borel, assistente de acusação do Ministério Público, voltou a questionar Cristiane sobre o comportamento da professora.
“Estávamos no carro, indo para a casa do advogado [André França Barreto], no Leblon, quando ela, carinhosamente, passa a mão no braço dele e verbaliza: ‘Amor, você vai reverter a vasectomia e vamos nos casar’. Jairinho então responde: ‘Vamos, sim, amor’. E depois ela ainda diz: ‘E vai ser no papel’”, disse a assessora.
Cristiane contou ainda que o pai de Jairinho, o deputado estadual Coronel Jairo (SDD), foi seu primeiro patrão, quando ela tinha 15 anos. A mulher foi a quinta testemunha a ser ouvida na segunda audiência do caso.
O caso
Monique e Jairinho estão presos desde 8 de abril deste ano acusados pela morte do menino Henry Borel. De acordo com as investigações, a criança morreu por conta de agressões do padrasto e pela omissão da mãe. Um laudo aponta 23 lesões por “ação violenta” no dia da morte do menino.
- homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa da vítima), com aumento de pena por se tratar de menor de 14 anos;
- tortura;
- coação de testemunha.
Monique Medeiros foi denunciada por:
- homicídio triplamente qualificado na forma omissiva imprópria, com aumento de pena por se tratar de menor de 14 anos;
- tortura omissiva;
- falsidade ideológica;
- coação de testemunha.
Da Redação – Brasil 060