O universo da robótica e da tecnologia estará ao alcance da população do Distrito Federal. Essa conexão será feita com crianças e adolescentes de 10 a 18 anos por meio da implantação de laboratórios nas regiões administrativas. Nesses espaços, os alunos vão aprender desde a manusear softwares livres e impressoras 3D até construir robôs e drones e conceitos de web design. É o que estabelece o programa Passaporte para o Futuro, uma ação conjunta de governo entre as secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação, de Juventude e de Justiça e Cidadania em parceria com o Instituto Campus Party.
Os laboratórios de robótica vão atender, a princípio, as regiões administrativas de Sol Nascente/Pôr do Sol, Estrutural, Samambaia, Brazlândia, Paranoá e Itapoã. As aulas vão ser gratuitas e destinadas ao público jovem para inseri-los numa área cada vez mais presente e importante no mundo.
Esses cursos serão oferecidos em espaços que pertencem às administrações regionais, nos Centro de Juventude – administrados pela Sejus (Secretaria de Justiça e Cidadania) – e demais equipamentos públicos aptos a receber os estudantes em salas climatizadas de 40m² a 50m². As turmas serão compostas de 30 alunos por turno (matutino e vespertino), com monitores e orientadores.
O laboratório do Sol Nascente/Pôr do Sol será o primeiro inaugurado entre as 13 unidades previstas nessa primeira fase do programa. Em seguida, a comunidade do núcleo rural do Café sem Troco, no Paranoá, terá o espaço disponibilizado dentro do Centro Comunitário. Outro local confirmado para as próximas semanas é a unidade do Parque Tecnológico Biotic.
“A ideia é fazer com que esses jovens possam se tornar desenvolvedores, programadores. São mais de 30 profissões nessa área de tecnologia que eles terão acesso e estarão aptos a atuar no mercado de trabalho”, explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilvam Máximo.
Oportunidade
O critério de seleção dos estudantes será os mesmos usados para o Cadastro Único. As vagas serão destinadas para alunos de baixa renda, sendo 50% delas para o sexo feminino e 50% para o masculino. Será analisada também a frequência escolar do estudante.
Estudante da rede pública de ensino, Marco Antônio Moura, 16 anos, será monitor da unidade do Sol Nascente/Pôr do Sol. Oportunidade que ele faz questão de agradecer antes mesmo de ter início o projeto. “Isso é tudo para mim, vai mudar minha vida. Além de aprender vou ajudar os outros para que as pessoas tenham uma profissão”, comenta.
“Vamos atender meninas e meninos para ter esse primeiro contato com a tecnologia. É um novo tipo de emprego e vida. Além dos cursos, tem a construção de materiais, de robôs. Eles vão ter sua primeira experiência com tecnologia aliando com facilidades para o dia a dia deles. Até por isso escolhemos regiões de maior vulnerabilidade social”, explica o secretário da Juventude, Léo Bijos.
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania, Gustavo Rocha, o laboratório de robótica representará uma oportunidade de inclusão tecnológica e qualificação profissional. “Essa iniciativa vai aproximar os jovens em situação de vulnerabilidade da tecnologia, levando conhecimento e despertando o interesse deles para este tema”, disse. E complementou: “A instalação do laboratório no Centro de Juventude, que já é reconhecido pela comunidade como um espaço de promoção da cidadania, significa a união e o fortalecimento de dois projetos que tem o mesmo objetivo: dar um futuro melhor para os nossos jovens e promover uma transformação social em áreas pobres e com altos índices de violência”, disse.
Os laboratórios de robótica são mais uma ação integrada do Governo do Distrito Federal com a sociedade civil. Todo o material didático e físico será disponibilizado pelo Instituto Campus Party, maior acontecimento tecnológico do Brasil. O projeto consiste em laboratórios com mobiliário, equipamentos de eletrônica para ensino de robótica, impressora 3D, computadores, material didático e internet de alta velocidade.
A concretização dos laboratórios também contou com a participação dos deputados distritais Júlia Lucy, Eduardo Pedrosa e Leandro Grass e do ex-deputado distrital Joe Valle. Além de ideias, eles colaboraram com emendas parlamentares.
As aulas vão ficar a cargo de Organizações de Sociedade Civil (OSC) selecionadas dentro de critérios legais pela secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Os profissionais serão escolhidos e treinados pela Campus Party.
Fonte: Agência Brasília