Para o BC, alimentos e combustíveis são os vilões recentes da inflação
EDU GARCIA/R7 – 20.04.2022
Ao citar as motivações da decisão que aumentou a taxa básica de juros da economia brasileira pela décima vez seguida, a 12,75% ao ano, o BC (Banco Central) avalia que a inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes. De acordo com a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (10), a elevação dos preços tem “se mostrando mais persistente que o antecipado”.
“A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques levaram a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis. As leituras recentes vieram acima do esperado, e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente”, destaca o documento.
A ata registra que as projeções de inflação colegiado se situam em 7,3% para 2022 e 3,4% para 2023. Já as expectativas para a alta dos preços administrados são de 6,4% para 2022 e 5,7% para 2023. “O comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”, indica.
Entre os itens, os diretores do BC citam o aumento do preço da gasolina, com impacto maior e mais rápido do que era previsto, e dizem que as medidas de inflação se apresentam acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para o índice oficial de preços.
O Copom avalia também que “há grande incerteza sobre o comportamento futuro dos preços de commodities”, como reflexo da guerra na Ucrânia e da retomada das economias no pós-pandemia.
As decisões pela elevação da Selic ao maior patamar em cinco anos levam em conta que a taxa é a principal ferramenta de política monetária no combate à inflação. Isso se deve ao fato de que os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.
Fonte: R7