Dinheiro virtual avança na economia real, atrai investidores pelo mundo e bate recorde de valorização. O risco é ser apenas uma bolha especulativa
Em 2009, o engenheiro eletricista norueguês Kristoffer Koch entrou em contato com uma novidade: o bitcoin, moeda virtual que prometia retirar o poder das instituições financeiras sobre as transações econômicas. Decidiu aventurar-se e gastou pouco mais de 20 dólares para adquirir 5 000 bitcoins. Só voltou a se lembrar do assunto quatro anos mais tarde. Gastou um dia inteiro tentando relembrar sua senha e constatou que a aventura especulativa havia lhe rendido quase 890 000 dólares, o equivalente a 3 milhões de reais.
De julho de 2015 até hoje, o preço do bitcoin saltou de 260 dólares para 2 625. A febre especulativa já aportou no Brasil. Ainda que seu funcionamento siga incompreensível para a larga maioria da população, há cada vez mais pessoas que enxergam nos bitcoins a possibilidade de se tornar um novo Koch e obter excepcionais retornos financeiros. No entanto, muitos analistas financeiros alertam: trata-se de uma exuberância digital que faz lembrar o cenário da bolhada internet, que aconteceu na virada do século.