Um grupo de bolivianos fechou um dos sentidos da Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo, na noite de hoje (1º), em frente ao Consulado-Geral da Bolívia. O protesto pedia justiça para o caso do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, que foi assassinado durante um assalto na última sexta-feira (28). Alguns dos presentes pediam a saída do cônsul Jaime Pedro Valdivia Almanza.
Funcionário de uma confecção, Antonio Flores pedia mais segurança para os bolivianos que trabalham no Brasil. “Estamos pedindo só segurança para nós, para todo mundo. Nós bolivianos viemos trabalhar, não viemos roubar ninguém”, disse. Depois se juntou aos que solicitavam a saída do cônsul. “Queremos outro cônsul. Não queremos um cônsul que só venha para acontecimentos sociais. Queremos um cônsul que vá aos hospitais, às delegacias, que nos represente”.
Brayan foi morto no colo da mãe durante assalto em São Mateus, na zona leste da capital paulista. O crime ocorreu na casa de um grupo de bolivianos. Eles foram ameaçados a entregar o dinheiro que tinham. A mãe de Brayan, a costureira Veronica Capcha Mamani, disse que o filho pediu aos criminosos para “não morrer”. Mas, como ele chorava muito, acabou morto com um tiro na nuca, declarou.
O caso fez com que a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, convocasse para amanhã (2) uma reunião extraordinária para discutir medidas de proteção aos estrangeiros que vivem no Brasil. Integrantes da Comissão para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) vão analisar medidas para dar mais proteção e garantia de direitos aos estrangeiros que buscam oportunidades no país.