Segunda maior bancada da Câmara, perdendo apenas para o PT, o PSL tem enfrentado as dores de um crescimento acelerado
Chegou a hora de passar a limpo as divergências internas do Partido Social Liberal (PSL). O presidente eleito, Jair Bolsonaro, vai se encontrar, nesta quarta-feira, 12, com integrantes de sua legenda para tentar acalmar os ânimos que andam exaltados. Na semana passada, o senador eleito Major Olímpio e os deputados federais eleitos Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro trocaram acusações em um grupo reservado de WhatsApp. Em seguida, o bate-boca entre Olímpio e Joice continuou no Twitter. Inicialmente, as discussões abarcaram a definição e o papel das lideranças do partido e a relação com líderes de outras legendas.
Segunda maior bancada da Câmara, perdendo apenas para o PT, o PSL tem enfrentado as dores de um crescimento acelerado. Na semana passada, Joice confirmou sua intenção de se tornar líder do partido na Câmara, acrescentando que, em sua opinião, a articulação política do partido está “abaixo da linha da miséria”. Olímpio rebateu dizendo ele e o deputado Waldir estavam mantendo diálogo com o Congresso, a pedido do presidente eleito, por serem veteranos. Joice, então, insinuou que isso era feito por debaixo dos panos.
Depois, foi a vez de Eduardo Bolsonaro se juntar à trupe da discussão. Ele disse estar costurando apoios discretamente sem que isso colocasse em risco a relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que poderia acelerar as pautas bombas durante gestão de seu pai. Ontem, Joice e Eduardo postaram uma foto nas redes sociais anunciando as pazes. A realidade tende a ser mais complexa que a frivolidade das redes sociais.
Uma das pautas que tende a continuar gerando polêmicas até janeiro é o comando da Câmara. Na terça-feira, 11, Bolsonaro falou abertamente que o PSL não vai apoiar a candidatura de Maia à reeleição, citando que tem “outras preferências” para o comando da Casa, de acordo com o blog da Andreia Sadi, na segunda-feira, 10.
Além do encontro com partidários do PSL, o presidente eleito vai se reunir, nesta quarta-feira, com integrantes do DEM e do PP. Tudo para costurar a governabilidade a partir de janeiro. As conversas, que começaram na semana passada, têm fluido melhor com as outras legendas do que dentro do próprio PSL.
Bolsonaro também vai ter reunião com o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Está previsto ainda almoço com a sua turma de formandos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Clube do Exército. Legislativo, estados e militares — um tripé que o próximo presidente terá que equilibrar para levar a cabo as transformações que prometeu. Fonte: Portal Exame