São Paulo — Apesar de admitir a importância das disputas municipais do ano que vem para o PSL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 11, que não pretende participar intensamente do processo eleitoral. Na conversa com o jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que pediu a seus filhos que “mergulhem” na política e esqueçam eleição.
Mas em relação à disputa para a Prefeitura de São Paulo, o presidente destacou a popularidade do apresentador José Luiz Datena. Filiado ao DEM, Datena é considerado uma alternativa pelo clã Bolsonaro. O presidente afirmou que pretende conversar pessoalmente com ele a respeito.
Bolsonaro não citou nem a deputada federal Joice Hasselmann nem o deputado estadual Gil Diniz – ambos já demonstraram interesse em disputar prévias pelo PSL.
Visto como um “outsider” da política com forte potencial eleitoral, Datena coleciona pré-candidaturas que acabaram não se concretizando. Em 2018, após se filiar ao DEM, o apresentador chegou a anunciar que seria candidato ao Senado. Ele também cogitou concorrer à prefeitura paulistana em 2016, quando se filiou ao PP com essa intenção.
As tratativas abertas por Datena com o PSL resultaram em um bate boca nas redes sociais entre os deputados Eduardo Bolsonaro (PSDB-SP) e Alexandre Frota, que foi expulso do partido e hoje está no PSDB.
Deputada federal mais votada do Brasil, com mais de um milhão de votos, Joice é líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso, mas poderá deixar o partido para se filiar ao DEM (mais informações nesta página), curiosamente a atual legenda de Datena. Em julho, em entrevista ao Estado, ela falou da possibilidade de “disputar” com o apresentador a indicação do PSL. Para ela, houve um “pré-namoro” entre o apresentador e a sigla, mas o passado partidário do apresentador seria um obstáculo. “É um cara legal, gosto dele, mas o Datena tem um histórico de 23 anos de PT. Como você vai lançar como nome da direita um cara que tem um histórico dentro do PT. Mesmo tendo passado pelo DEM não deu para depurar”, afirmou na ocasião.
O Estado não conseguiu contato nesta quinta-feira com Datena.
Na avaliação de Bolsonaro, no entanto, o PSL tem todas as chances de eleger um número grande de prefeitos se souber se organizar para isso. Recurso não será empecilho. Como partido mais votado nas eleições de 2018, o PSL terá, ano que vem, a maior fatia dos fundos públicos usados para financiar candidaturas – cerca de R$ 400 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.