Perto de 70% dos brasileiros estão aptos a participar neste domingo da escolha daquele – ou daquela – que presidirá o país nos próximos quatro anos. No Distrito Federal e em 13 estados, os eleitores também vão às urnas para definir o governador dessas unidades federativas.
No confronto nos estados, o PMDB concorre com oito candidatos, o PSDB com 6, o PSB e o PT com 4 e outros seis partidos com um cada: PDT, PROS, PP, PR, PRB e PSD (veja na infografia quem disputa o segundo turno). Serão escolhidos os governadores de três estados do Nordeste (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte) um do Sul (Rio Grande do Sul), um do Sudeste (Rio de Janeiro), três do Centro-Oeste (DF, Goiás e Mato Grosso do Sul) e de seis dos sete estados da Região Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima).
Mas é a disputa presidencial, a mais acirrada desde 1989, que tem concentrado as atenções dos cidadãos e estimulado os debates mais calorosos tanto na propaganda eleitoral quanto nas discussões dos confrontantes e de seus apoiadores.
Os 142,8 milhões de eleitores tiveram a oportunidade de acompanhar uma corrida presidencial marcada, como nenhuma outra, por várias “ondas” de preferência popular. A primeira e mais longa delas, detectada pelas pesquisas de intenção de votos realizadas desde o ano passado, foi caracterizada pela grande distância que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, manteve dos seus competidores até a morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto, a menos de dois meses do primeiro turno de votação.
Além de encerrar precocemente a vida pública de um político promissor, o acidente aéreo que matou Eduardo Campos colocou na competição presidencial a candidata a vice-presidente de sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, permitindo deflagrar a segunda “onda” eleitoral. Embalada pela boa votação alcançada no pleito de 2010 e pelo clamor causado pela perda de Campos, Marina chegou a aparecer em algumas pesquisas eleitorais como favorita no enfrentamento contra Dilma no segundo turno.
Uma terceira “onda”, cuja dimensão não foi inteiramente captada pelos institutos de pesquisas, levou para o segundo turno o ex-governador mineiro e atual senador Aécio Neves (PSDB), com 33,5% dos votos válidos .
PSDB x PT
Voltou-se, assim, à polarização partidária que se repete nas eleições presidenciais desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso se elegeu pela primeira vez para chefiar o governo brasileiro.
A campanha petista deu ênfase aos avanços obtidos na área social durante as gestões Lula e Dilma. O baixo índice de desemprego, a melhora na renda dos trabalhadores, o impacto de programas como o Bolsa Família e a ascensão social de milhões de pessoas foram destacados pela candidata à reeleição para demonstrar que deveria permanecer no cargo e implementar mais mudanças em favor da parcela mais pobre da população.
Já a oposição concentrou sua mensagem eleitoral na crítica ao baixo nível de crescimento econômico, à elevação do custo de vida, à corrupção e ao aparelhamento do Estado pelo PT. Contrariamente ao que fizeram os seus correligionários José Serra e Geraldo Alckmin nas três campanhas presidenciais anteriores, Aécio Neves também assumiu a defesa do “legado” de Fernando Henrique e do Plano Real. Foram eles, segundo o senador tucano, que criaram as condições para as transformações sociais implementadas pelos governos petistas durante os últimos 12 anos.
Neste domingo, saberemos qual dos dois candidatos conquistou os corações e mentes do eleitorado.
Todos os veículos de comunicação do Senado farão plantão para acompanhar este momento histórico, mostrando a marcha da votação e da apuração dos resultados tanto da eleição presidencial quanto da disputa estadual.