Empresa tem até setembro para entregar estrutura, sob risco de multa. Modelo de captação é semelhante ao usado em países desérticos do Oriente Médio, diz presidente da companhia de água
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) definiu a empresa que vai montar o sistema de captação e tratamento de água emergencial no Lago Paranoá. A Enfil S/A Controle Ambiental ganhou o pregão propondo R$ 42 milhões (cerca de 15% a menos do que a previsão inicial). A empresa tem até setembro para entregar a estrutura, sob risco de multa.
Segundo o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, a companhia só deve começar a fazer trabalhos em campo daqui a um mês. “O que precisamos frisar é que não estamos construindo uma estação de tratamento: estamos comprando uma. É um kit completo. A instalação e a responsabilidade é só por conta da empresa”, afirmou.
No pregão, a Enfil ficou em segundo lugar. Ela só foi escolhida porque uma empresa de pequeno porte tinha apresentado um preço menor, mas foi desclassificada porque ficou avaliado que ela não daria conta de fazer a obra.
Ainda de acordo com Luduvice, o modelo de captação é semelhante ao usado no Oriente Médio para retirar água do mar, em região desértica. Como o governo tem previsão de fazer uma outra obra a longo prazo e definitiva no Lago Paranoá, esta estrutura emergencial deve ser desativada. “Mesmo com a obra desativada, a estrutura pode ser reaproveitada em outros espaços”, continuou o presidente.
A estrutura pode acabar encarecendo a conta de água do DF. Um reajuste da tarifa já é discutido. Enquanto a Agência Reguladora das Águas (Adasa) sugere um aumento de 2,5%, a Caesb espera um reajuste de 5% nas faturas. Apesar de contribuir por trazer 700 litros de água por segundo no sistema, não há previsão para fim do racionamento.