Empregados passaram a entrar mais cedo para abrir e fechar válvulas no racionamento, até nos fins de semana
Isso porque, desde que os cortes começaram, os 1.221 empregados da área de operação e manutenção passaram a trabalhar em horários fora do usual. Para atender ao calendário, o expediente foi adiantado para as primeiras horas do dia – inclusive aos sábados, domingos e feriados.
Entre outras funções que assumem, eles devem abrir e fechar os registros – espécie de “megatorneiras” – que liberam o abastecimento diariamente para as regiões.
Também ficam responsáveis por consertar as tubulações que se rompem devido à diferença de pressão na passagem da água.
O gasto com horas extras é apenas um dos que a Caesb começou a ter como efeito do racionamento. Fora isso, a empresa também passou a gastar mais só para operar as novas estruturas de captação, como a do Lago Paranoá.
Por outro lado, também por causa da crise hídrica, a Caesb passou a faturar menos. Ao mesmo tempo em que os gastos aumentaram, entre 2016 e 2017, a receita da empresa caiu 4,98%: o que representa R$ 20 milhões a menos no caixa.
Conta que não fecha
Para compensar os gastos, portanto, a perspectiva é de que a conta de água fique mais cara já neste ano. Em 2017, a Agência Reguladora das Águas (Adasa) autorizou um reajuste de 3,1% na fatura, que passou a valer em junho. Para a segunda metade de 2018, a tendência é que o aumento seja ainda maior.
“É possível, sim [um reajuste ainda maior]. Nós vamos discutir e apresentar todos os nossos custos à Adasa, que é quem vai tomar a decisão. E inclusive vai ter uma audiência pública para população também fazer os seus comentários”, disse o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.
“A Caesb é uma empresa que sobrevive de arrecadação, e a arrecadação caiu. E isso tem impacto financeiro grande no caixa da empresa.”
Fonte G1 DF