A Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal abriu nesta quarta-feira (17) processo ético contra o deputado Raad Massouh (PPL), por quebra de decoro parlamentar. Votaram pela abertura do processo quatro dos cinco deputados que fazem parte da comissão.O distrital teve o mandato cassado em julho de 2011 pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal por gastos ilícitos de campanha e arrecadação irregular de recursos. No início de 2012, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu manter o mandato de Massouh.A defesa de Massouh diz que estuda ir à Justiça para tentar anular a abertura do processo. A defesa alega não concordar com a participação do deputado Patrício (PT) na Comissão de Ética. O petista é o corregedor da Casa e foi quem recomendou a abertura da investigação.Na última quarta-feira (10) o Raad voltou a negar irregularidades. Ele disse que é inocente e que se o processo contra ele for aberto na Comissão de Ética quer que as testemunhas sejam ouvidas “de portas abertas”.
“Após dois anos essa é a primeira oportunidade que tenho de falar. Quero ter o mesmo tratamento que foi dado a outros deputados que tiveram o mesmo caminho. Quero que as testemunhas sejam ouvidas aqui. Não quero dois pesos e duas medidas”, afirmou.O relator do processo será escolhido por sorteio, previsto para o próximo dia 2 de maio. Na semana passada, o deputado Patrício disse que o relatório deve ser votado em até 90 dias.O presidente da Comissão de Ética também disse que teve acesso a mais de duas mil páginas do processo judicial que também investiga a conduta do distrital. Ele afirmou achar que houve quebra de decoro parlamentar e que a conduta de outras pessoas também está sendo apurada.
“Deputado tem que ser um exemplo para a sociedade”, disse Patrício. “A sociedade quer uma resposta. É a imagem da Câmara que está em jogo.”