O diretor-geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella, falou sobre denúncias e rebateu as críticas na Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC), na Câmara Legislativa, nesta quinta-feira (31/10).
Campanella deu informações sobre denúncias contra sua atuação frente ao DFTrans, protocolada na comissão pela Associação de Auditores Fiscais de Transporte do DF (Assefit). A reunião contou com a presença de técnicos do Tribunal de Contas do DF e de servidores da empresa de Campanella.
O presidente do PPL negou a utilização do DFTrans como “cabide de emprego” para beneficiar pessoas filiadas a seu partido. Ele também rechaçou a informação de que estaria agindo para que empresas concessionárias do serviço de transporte coletivo urbano fornecessem passagens aéreas para militantes do partido comparecerem a reuniões em outros estados.
Segundo o diretor-geral, cerca de 15% dos cargos do órgão são ocupados por filiados ao PPL. “Isso faz cairpor terra, de uma vez por todas, qualquer insinuação dessa natureza”, reiterou. Sobre a denúncia relativa às passagens aéreas, Campanella disse se tratar “de uma revanche de Valmir Amaral”, referindo-se ao proprietário do Grupo Amaral, que sofreu intervenção do GDF. Na plateia, servidores contrários ao diretor do DFTrans exibiam cartazes com a palavra “mentira”.
Ele explicou as mudanças em implementação no setor pelo governo Agnelo, como o passe livre estudantil integral, o novo sistema de bilhetagem, a intervenção no Grupo Amaral, acusado de má prestação de serviços e a revisão do cadastro de gratuidades relativas a pessoas com deficiências (que determinou o bloqueio de 27 mil cartões). Campanella também respondeu as questões da relatora na comissão, deputada Eliana Pedrosa (PPS).
Eliana Pedrosa citou os relatórios do Tribunal de Contas do DF que apontam irregularidades na gestão do DFTrans e decisões de aplicar multas, a serem pagas pelo responsável. Ela cobrou respostas a pedidos de informação feitos pela comissão à empresa ainda não atendidos, além de senhas para os integrantes da CFGTC poderem acompanhar a contabilidade do órgão.
Muitos problemas que persistem no sistema de transporte coletivo, justificou Campanella, “são resultado do sucateamento promovido por governos anteriores”. Quanto às senhas, ele afirmou que elas teriam sido enviadas à CLDF no mês passado.
O diretor afirmou, ainda, que os cartões de passe livre utilizados indevidamente estão sendo bloqueados e que os veículos não autorizados estão sendo retirados de circulação. A deputada Eliana Pedrosa solicitou cópia dos documentos que comprovam essas informações e o diretor se comprometeu a enviá-los à Câmara Legislativa até a próxima sexta-feira (1°/10).
Em seguida, foi a vez de os deputados Arlete Sampaio (PT) e Wellington Luiz (PMDB), integrantes da comissão, questionarem Campanella. Em resposta, o diretor do DFTrans disse que, apesar das falhas na fiscalização, há um avanço em relação a governos anteriores, “quando não havia qualquer ação nesse sentido”. E exemplificou, entre os novos serviços oferecidos, a recarga automática do passe livre estudantil, realizada no primeiro dia útil de cada mês, quando o estudante utiliza o cartão pela primeira vez.