Qual é a idade certa para um atleta parar de competir? Com os avanços médicos e tecnológicos, a resposta muda de acordo com cada esporte, vontade e realidade. Apesar das possibilidades, os atletas da equipe master 50 de canoa havaiana, também conhecida como canoa polinésia ou Va’a, acreditam que ainda há tempo de sobra para continuar atuando em alto nível.
A equipe SuperKongs, de Brasília, assumiu a responsabilidade de competir no esporte em ascensão no Brasil, que acolhe diversas faixas etárias, para fazer história na capital federal. Apesar de ser muito praticado no Lago Paranoá, este foi o primeiro ano em que um time brasiliense alcançou o título de campeão brasileiro e garantiu uma vaga no Mundial, que acontece em agosto de 2022.
Os atletas, com idades entre 50 e 59 anos, começaram a treinar juntos em 2019, quando remadores da categoria decidiram criar uma equipe focada em competições de alta performance. No primeiro ano de treinamentos, participaram de campeonatos e já conquistaram títulos.
Entretanto, a pandemia interrompeu temporariamente o sonho de se estabelecer no esporte. Um ano depois, quando foi possível retornar à prática com responsabilidade, os remadores se reencontraram e começaram os treinos para a Competição Brasiliense.
Depois do torneio, eles decidiram contratar uma treinadora que fosse uma voz de liderança no time e planejasse a rotina esportiva da equipe, melhorando o nível do grupo e focando na primeira participação deles no Campeonato Brasileiro, que aconteceu em setembro de 2021. A treinadora Vanessa Soares, que assumiu o time, é campeã brasileira e pan-americana de canoa havaiana e segue com a equipe até o momento.
Na ocasião, o SuperKongs conquistou o 4º lugar na categoria. O retorno à competição aconteceu neste ano: em Niterói, no início de abril, a equipe se tornou campeã brasileira e conquistou vaga no Campeonato Mundial de Sprint, organizado pela Federação Internacional de Va’a (IVF), que acontecerá em Londres, em agosto deste ano.
De acordo com Marco Araújo, leme e capitão da equipe, o título foi “inesperado”. “Obviamente, fomos com boas expectativas, mas é uma prova que requer muita técnica”, explicou.
“Na final, os outro competidores e espectadores não acreditaram que era a nossa equipe que ocupava o 1º lugar. Como é só uma chance, tem de dar tudo certo. Conseguimos encaixar muito bem o ritmo e foi um dia que deu tudo certo pra gente. Foi uma supresa tanto para nós quanto para eles”, contou Marco.
Agora, eles começam uma nova fase de treinamentos, focados no Mundial. As canoas utilizadas serão diferentes daquelas usadas para o Brasileiro. “Precisaremos nos adaptar à nova canoa, com treino específico. Também contratamos um preparador físico para nos auxiliar e começamos a divulgar o esporte, para dar mais visibilidade”, afirmou ele.
Ainda sem patrocínio, o objetivo é conseguir apoio até a chegada do campeonato. “Teremos de ficar um tempo mais longo na Inglaterra e o gasto é grande com passagem, hospedagem, alimentação, documentação e inscrição da competição. O tempo de preparação para a prova também servirá para conseguir patrocínio”, explica Marco Araújo.
A equipe treina de quatro a cinco vezes na semana e espera representar bem o Brasil em sua primeira participação no Mundial.
Fonte: Metrópoles