A ampliação do quadro de funcionários é impulsionada, além do aumento de casos de Covid-19, pela infecção dos profissionais que estão na linha de frente.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) relatou que, com a chegada da variante ômicron no Brasil, diversas unidades de saúde brasileiras registram aumento dos afastamentos entre seus funcionários.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, por exemplo, informou que, desde o dia 1 de janeiro, mais de 4,8 mil profissionais da rede foram afastados por Covid-19 ou influenza.
O Rio é uma das cidades que mais contratou profissionais após o pico de contágio da doença. Já foram 3.210 funcionários da saúde apenas em janeiro. Além disso, outros 800 ainda estão em processo de contratação.
Algumas capitais como Fortaleza e Manaus estão realizando chamamentos públicos para conseguir médicos e enfermeiros. A capital cearense precisa de 348 profissionais de saúde, enquanto a amazonense 493.
Em Porto Velho, os profissionais para contratos emergenciais ainda estão sendo chamados e integrados às escalas. Salvador também informou que está contratando profissionais em regime emergencial. A capital de Roraima, Boa Vista, abriu processo seletivo para contratação de 85 médicos.
Outros locais já realizaram contratações em dezembro de 2021. Belo Horizonte contratou 1.360 profissionais. São Paulo e Campo Grande ampliaram seu quadro com mais 280 e 140 funcionários, respectivamente. Já o Recife reforçou as equipes com 126 trabalhadores da saúde. O Distrito Federal nomeou 366 enfermeiros.
Na rede privada, a Associação Nacional de Hospitais Particulares (Anahp) afirmou à CNN que, além das medidas referentes ao efetivo das unidades de saúde, o movimento de desativação de leitos, que crescia desde outubro do ano passado, não é mais uma realidade.
O diretor executivo da associação, Antônio Britto, afirmou à CNN que o pico de casos deve se manter por mais quatro semanas. Apesar de não ter dados fechados, ele informou que diversas unidades de saúde estão contratando e remanejando pessoal para atender o aumento de demanda.
“Projetamos que ainda vamos precisar ter uma atenção por mais umas quatro semanas. O que preocupa é o Carnaval, porque podemos ter novas aglomerações pelo país. Aí não conseguimos projetar”, ressaltou Britto.
Questionado pela CNN sobre contratações de profissionais em hospitais federais para atender pacientes de Covid-19, o Ministério da Saúde não respondeu.