Ampliação do acesso à testagem e redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento são razões para a queda, segundo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira, 27, o Boletim Epidemiológico, que aponta para a redução de 16% em casos de aids e em mortes provocadas por complicações da doença no Brasil. A queda se dá pela ampliação do acesso à testagem e pela redução do tempo entre o diagnóstico e o tratamento.
Em 2012, a taxa de HIV no país era de 21,7 casos a cada 100.000 habitantes e, após quatro anos, houve uma redução de 15,7% de pessoas infectadas com o vírus. Ainda de acordo com o boletim, nesse período de tempo também ocorreu uma diminuição na taxa de mortalidade pela doença, que passou de 5,7 para 4,8 óbitos por 100.000 habitantes.
Entre recém-nascidos, que são infectados durante a gestação, a taxa de detecção de HIV reduziu-se em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 por cada 100.000 habitantes. Isso se deve ao aumento da testagem na Rede Cegonha, que contribuiu para a identificação de novos casos em gestantes.
Os dados mostram, também, que 73% das novas infecções de HIV ocorrem entre o sexo masculino, sendo que 70% dos casos acometem homens na faixa de 15 a 39 anos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) vem disponibilizando testes rápidos para a detecção do vírus. Em 2018, 12,5 milhões de unidades foram distribuídos na rede pública. Os novos números da epidemia revelam que, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil, um registro anual de 40.000 novos casos.
Autoteste gratuito
A partir de janeiro de 2019, segundo o Ministério da Saúde, haverá o autoteste de HIV para populações-chave. Serão distribuídas 400.000 unidades, inicialmente como um projeto piloto nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus.
O autoteste de HIV é vendido atualmente em farmácias privadas, mas os resultados não podem ser considerados como um diagnóstico definitivo. O Ministério da Saúde orienta que o usuário busque o serviço de saúde para testes complementares caso o resultado do autoteste dê positivo.
Campanha
Foi lançada, pelo Ministério da Saúde, uma nova campanha publicitária de combate à aids, que em 2018 celebra trinta anos do Dia Mundial de Luta, que será veiculada a partir de 28 de novembro.
Como parte da campanha, o Ministério da Saúde resgatará a confecção de colchas de retalhos, os chamados quilt, com mensagens de otimismo para quem vive com o vírus. O ministério vai estender um mosaico, formado por essas colchas, em um dos gramados da Esplanada dos Ministérios. O material foi produzido por milhares de pessoas em várias partes do país que utilizaram uma plataforma digital para produzir a sua mensagem de apoio à causa. Fonte: Portal Veja