Mostra do Novo Cinema Indiano começa nesta terça com 15 produções lançadas a partir de 2013 por jovens diretores. Filmes ficam em cartaz até 9 de julho; meia-entrada custa R$ 5.
A produção cinematográfica alternativa da Índia chega a Brasília com a mostra Novo Cinema Indiano, que entra em cartaz nesta terça-feira (20) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e segue até dia 9 de julho. Ao todo, serão exibidos 15 longa-metragens que estão fora do circuito Bollywoodiano lançados a partir de 2013 – sendo 13 inéditos na capital. A meia-entrada custa R$ 5.
Na abertura do festival, será apresentado um concerto de música clássica indiana Hindustan. O duo Shabda Rasa, de São Paulo, formado por Julio Falavigna (tabla) e Toti Lima (sitar), começa a tocar às 19h30.
O filme que estreia a programação é “Armadilha”, do diretor Jayaraj, que faz uma adaptação do livro “Vanka”, de Anton Chekhov. Na trama, o personagem principal – um jovem rapaz – tenta recomeçar a vida após a morte dos pais. O longa foi vencedor do Urso de Cristal do Festival de Berlim 2016 na categoria Melhor Filme.
Esta e as demais produções têm estética diferente dos filmes de Bollywood. De acordo com a curadora Carina Bini, o “novo cinema indiano” carrega o estilo de jovens produtores que fogem das narrativas e temáticas convencionais.
Por isso, trazem nos roteiros recortes contemporâneos e plurais da vida na Índia, cuja dimensão territorial também é sinônimo da diversidade cultural. Como tema principal ou pano de fundo, os filmes abordam a complexidade da estrutura social, que tenta conjugar tradições e novidades.
Em parceria com o indiano Shankar Mohan, recém-aposentado como chefe Departamento de Cinema do Governo da Índia, Carina buscou selecionar filmes que tivessem relevância nacional – tanto pelo reconhecimento em festivais nas salas de cinema, quanto pela inovação – para mostrar ao brasiliense que a produção indiana vai além de Bollywood.
“O cinema autoral indiano é muito representativo e muitos diretores novatos estão trazendo um novo olhar. Por isso, temos que tentar tirar estigmas que existem no Ocidente de que o cinema indiano é melodramático, muito voltado para o próprio país.”
“O cinema indiano é muito mais que a Indústria Bollywood, que produz 40% dos 1.200 filmes dirigidos todos os anos.”
Em relação à temática, Carina explicou que a cultura e as tradições indianas permeiam – inevitavelmente – algumas das produções, mas a maioria delas aborda temáticas universais, como o trabalho infantil, a vida nas periferias e questões de gênero.
A curadora destacou entre os filmes selecionados para a mostra “Margarita com um canudo”, da diretora Shonali Bose, que trata sobre questões de gênero, acessibilidade e inclusão social. “Navio de Teseu”, dirigido por Anand Gandhi, que explora identidade, justiça e morte.
“O ovo do corvo”, de M. Manikandan, que acompanha as aventuras de dois meninos que sonham em conseguir dinheiro para comprar uma pizza. O filme foi consagrado com os prêmios de Melhor Filme Infantil e Melhor Ator no Indian National Awards de 2015.
Uma curiosidade é que os filmes em cartaz foram gravados em sete regiões da Índia, sendo, por isso, narrados em sete idiomas diferentes – ao todo, o país têm entre 18 e 23 línguas oficiais.
Para ler as sinopses de todos os filmes em cartaz, basta acessar o site do CCBB em Brasília.
Além do cinema
Na quarta (21), que é Dia Internacional da Yoga, haverá um “aulão” da prática oriental no jardim do CCBB a partir das 17h aberto ao público. Em seguida, instrutores vão conduzir uma meditação ao pôr do sol ao canto Drupad – música milenar indiana.
O duo Shabda Rasa apresenta mais um concerto de música clássica logo depois. No mesmo dia, às 20h, será exibido o documentário “Sopro dos deuses”, sobre o surgimento da yoga.
No dia 29, o cinema indiano – mainstream e fora de circuito – será tema de um debate às 19h30 mediado pelo jornalista Ulisses de Freitas e o professor de Comunicação da Universidade de Brasília, Pablo Gonçalo.
No dia 1º de julho, no palco da sala de cinema, às 17h30, um grupo de dançarinas da Escola Natyalaya, de São Paulo, apresentará performance de dança clássica estilo Barathanatyam – tradicional do sul da Índia.
No dia seguinte, o Grupo Bollywood – também da Escola Natyalaya – vai dançar coreografias folclóricas no saguão do cinema, às 16h40.
Outro debate, desta vez com a representação da mulher e o papel que assume na produção cinematográfica indiana como tema, será debatido pela jornalista Yale Gontijo e pela pesquisadora Marina Costin no dia 6 de julho às 19h30.
O último concerto de música clássica indiana ocorrerá no dia 7 de julho, às 19h, pelo cineasta e músico André Luiz Oliveira (sitar) e o percussionista Marcelo Das (tabla).
Programação
Terça (20)
19h30: Apresentação de música clássica indiana Hindustani com o duo Shabda Rasa (SP)
20h: “Armadilha” – Direção: Jayaraj, 2015, 81 min, 12 anos
Quarta (21)
17h: “Aulão” de yoga
18h15: Meditação ao pôr do sol com canto Milenar Drupad com Ricardo Passos
18h45: Apresentação de música clássica indiana Hindustani com o duo Shabda Rasa (SP)
20h: “Sopro dos deuses” – Direção: Jan Schmidt-Garre, 2012, 105 min, livre
Quinta (22)
16h: “Navio de Teseu” – Direção: Anand Gandhi, 2013, 144 min, livre
19h: “Punhalada no coração” – Direção: Subodh Bhave, 2015, 161 min, livre
Sábado (24)
15h: “Armadilha” – Direção: Jayaraj, 2015, 81 min, 12 anos
17h: “Margarita com um canudo” – Direção: Shonali Bose, 2014, 140 min, 16 anos
20h: “O fabricante de caixão” – Direção: Veena Bakshi, 2013, 123 min, livre
Domingo (25)
15h: “Água” – Direção de Girish Malik, 2014, 136 min, livre
17h40: “O ovo do corvo” – Direção: M. Manikandan, 2014, 109 min, livre
20h: “Projecionista” – Direção: Kaushik Ganguly, 2015, 105 min, livre
Terça (27)
17h30: “Geregalu” – Direção: Nikhil Manjoo, 2015, 90 min, livre
19h30: “Punhalada no coração” – Direção: Subodh Bhave, 2015, 161 min, livre
Quarta (28)
17h30: “A menina e a coruja” – Direção: Manju Bohra, 2015, 78 min, livre
19h30: “Apur Panchali” – Direção: Kaushik Ganguli, 2013, 87 min, 12 anos
Quinta (29)
15h: “O fabricante de caixão” – Direção: Veena Bakshi, 2013, 123 min, livre
17h30: “O ovo do corvo” – Direção: M. Manikandan, 2014, 109 min, livre
19h30: Debate: Cinema autoral x cinema comercial – com o jornalista Ulisses de Freitas, o professor de Comunicação Pablo Gonçalo e mediação da curadora Carina Bini
Sexta (30)
17h30: “Ilha de Munroe” – Direção: Manu, 2015, 92 min, 12 anos
19h30: “Que assim seja” – Direção: Sumitra Bhave e Sunil Sukhtankar, 2014, 135 min, livre
Sábado (1º)
15h30: “Armadilha” – Direção: Jayaraj, 2015, 81 min, 12 anos
17h30: Apresentação de dança clássica do sul da Índia com grupo da Escola Natyalaya (SP)
19h: “O ovo do corvo” – Direção: M. Manikandan. 2014, 109 min, livre
Sábado (2)
15h: “Geregalu” – Direção: Nikhil Manjoo, 2015, 90 min, livre
16h40: Apresentação de dança folclórica indiana (no foyer) com Grupo Bollywood
18h: “Navio de Teseu” – Direção: Anand Gandhi, 2013, 144 min, livre
Terça (4)
17h: “Pink” – Direção: Aniruddha Roy Chowdhury, 2016, 136 min, 14 anos
20h: “Água”, de Girish Malik, 2014, 136 min, livre
Quinta (6)
17h: “Projecionista” – Direção: Kaushik Ganguly, 2015, 105 min, livre
19h30: Debate: O papel da mulher no cinema indiano – com a jornalista Yale Gontijo, a pesquisadora Marina Costin e mediação da curadora Carina Bini
Sexta (7)
17h: “Apur Panchali” – Direção: Kaushik Ganguli, 2013, 87 min, 12 anos
19h: Apresentação de música clássica indiana Hindustani com André Luiz Oliveira (sitar) e Marcelo Das (tabla)
19h30: “Punhalada no coração”- Direção: Subodh Bhave, 2015, 161 min, livre
Sábado (8)
15h: “A menina e a coruj” – Direção: Manju Bohra, 2015, 78 min, livre
17h: “O fabricante de caixão” – Direção: Veena Bakshi, 2013, 123 min, livre
19h30: “Que assim seja” – Direção: Sumitra Bhave e Sunil Sukhtankar, 2014, 135 min, livre
Domingo (9)
15h: “Pink” – Direção: Aniruddha Roy Chowdhury, 2016, 136 min, 14 anos
17h30: “Margarita com um canudo” – Direção: Shonali Bose, 2014, 140 min, 16 anos
20h: “Índia, my love story” – Direção: Carina Bini, 2016, 23 min, livre + Ilha de Munroe (MundroThuruth) – Direção: Manu, 2015, 92 min, 12 anos